A epidemia do século XXI

Publicada por José Manuel Dias


Aos 11 anos, as crianças portuguesas são "significativamente mais baixas" do que a maior parte das suas congéneres da União Europeia e também mais pesadas do que o padrão de referência para a idade. Deste cruzamento resulta que, em conjunto com as crianças espanholas, as portuguesas são aquelas que têm um Índice de Massa Corporal mais acima da norma para a idade, segundo revela o estudo europeu Pro Children, financiado pela UE e concluído em 2007.
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A obesidade é já responsável por seis por cento das despesas de saúde. Em Portugal, dados da DGS situam este patamar nos 3,5 por cento: 235 milhões de euros. No futuro será pior. Um dos principais especialistas portugueses em diabetes, Davide Carvalho, prevê que, devido à obesidade crescente, em 2025 Portugal será o quatro ou quinto país com mais casos daquela doença.Apesar dos dados já disponíveis, João Breda considera que o diagnóstico da situação em Portugal ainda não está completo. Por essa razão, acrescenta, a DGS tem em mãos três estudos "de grande envergadura e representatividade nacional" que "finalmente permitirão dados fiáveis relativos às crianças em idade pré-escolar, dos seis aos 10 anos, em adolescentes dos 11 aos 16". Até ontem, o Ministério da Educação ainda não divulgara se e como aplicará o novo programa contra a obesidade anunciado esta semana pela Comissão Europeia, que vai disponibilizar 90 milhões de euros por ano para promover a distribuição gratuita de fruta e legumes nas escolas do 1.º ciclo.
Notícia desenvolvida no jornal Público, aqui.
A quem imputar a responsabilidade por esta situação? Aos pais, em primeira linha, e às escolas. Aos pais que permitem que os seus filhos vejam demasiada televisão e passem muitas horas em frente dos computadores e das consolas. Aos pais que compram comida pré-confeccionada, batatas fritas , donuts, chocolates, refrigerantes... Às escolas que permitem que nas suas cantinas se vendam todo o tipo de doçarias e imensos refrigentantes à base de açúcar. Às escolas que não desenvolvem trabalhos de promoção de alimentação saudável. Existe muito trabalho pela frente para mudarmos os nossos (maus) hábitos alimentares.
Sobre esta temática, em tempos, suscitámos a seguinte questão: Obesidade, doença ou maus hábitos? Ver aqui.

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