A Greve geral e as nossas bailarinas

Publicada por José Manuel Dias


O editorial do Diário Económico de hoje, da responsabilidade de André Macedo, dá-nos nota que "Há greve geral amanhã. O país vai parar. Na verdade, não vai parar, andará mais devagar, talvez a passo". Diz-nos que França já teve, também, a sua greve geral "Paralisação dos transportes, os serviços públicos bloqueados, as empresas privadas com quebras na produtividade. Ou seja, dias perdidos, os nervos em franja de um país inteiro, mais violência e carros queimados nas ruas. Feitas as contas, a economia francesa perdeu 0,1% do PIB por uma exigência injusta de um grupo de amotinados ". E porque protestam os franceses? Defendem o que não é defensável, estribando-se nos direitos adquiridos. Alguns velhos de séculos, como os das bailarinas da corte de Luis XIV. Enquanto na França, com a mais alta taxa de desemprego da Europa, se vivem momentos de turbulência social o que é se passa no país onde Sócrates participa nas próximas horas na cimeira UE-Ásia? "Há greves? Também, claro, é um direito importante para o equilíbrio das sociedades democráticas e a Índia é a maior democracia do planeta. No entanto, mais do que greves, aqui impõe-se a energia do trabalho. É preciso criar riqueza, assumir os riscos, investir. É preciso sobreviver". Os crescimento anual ultrapassa os dois dígitos. Uma grande alavanca humana, cada vez mais qualificada, cria diariamente riqueza. De facto "na Índia não há petróleo: há trabalho. A Europa em geral – e Portugal em particular – deveriam olhar menos para os direitos adquiridos e mais para a revolução que está a acontecer aqui ao lado". A globalização da economia é um dado adquirido e os nossos direitos têm de compaginar-se com os nossos deveres. Se não aprendermos por nós, os indianos e os chineses encarregar-se-ão de nos explicar.

Professor Emanuel Leite (3)

Publicada por José Manuel Dias


Publicamos hoje o terceiro contributo do Professor Emanuel Leite para a divulgação do Empreendedorismo. Depois de "O que é o empreendedorismo? (parte I)" e "O que é o empreendedorismo? (parteII)", apresentamos o texto "Ecoempreendedorismo". No texto o Professor Emanuel Leite alerta-nos para uma necessidade "Atualmente, qualquer indivíduo que possua vontade de ser ecoempreendedor precisa ter a visão de que os negócios são para gerar riquezas e não destruí-las." e abre-nos janelas " Para solucionar os problemas ambientais existentes encontrará inúmeras oportunidades para se trilhar pelas rotas do ecoempreendedorismo". Conclui referindo "O ecoempreendimento ambiental representa a nova fronteira de mais visão e pioneirismo que os negócios tradicionais. Além disso, requer uma série de valores e uma ética que infelizmente cada vez é mais difícil de encontrar no mundo dos negócios hoje". Um artigo merecedor de leitura cuidada.

Ecoempreendedorismo

Publicada por José Manuel Dias

Atualmente, qualquer indivíduo que possua vontade de ser ecoempreendedor precisa ter a visão de que os negócios são para gerar riquezas e não destruí-las. Para solucionar os problemas ambientais existentes encontrará inúmeras oportunidades para se trilhar pelas rotas do ecoempreendedorismo. De fato, uma nova geração de ecoempreendedores pode vir a significar uma excelente chance de restaurar o ar, a água e a terra dos quais as formas de vida dependem.
É claro que apenas uma única pessoa ou um único grupo de pessoas não conseguirá anular todos os danos que foram causados ao meio ambiente por pessoas que desenvolveram empreendimentos que sistematicamente agrediram a natureza. É necessário que haja um esforço conjunto de legisladores, de autoridades para propiciar as condições necessárias e suficientes que permitam ao ecoempreendedor gerir com eficiência e eficácia a futuro mais verde e, ao mesmo tempo, desenvolver uma empresa lucrativa.
Cada ecoempreendedor pode dar uma contribuição, por menor que seja, mais de vital importância para a grande faxina ambiental necessária visando a uma qualidade de vida melhor para todos os habitantes do Planeta Terra.
O ecoempreendedor ao ofertar fertilizantes naturais ajuda a reduzir a necessidade das pessoas utilizarem produtos químicos em gramados, jardins e plantas nas casas (cujo fluxo vem sistematicamente destruindo a fauna e a flora dos rios).
São inúmeros os exemplos do trabalho dos ecoempreendedores quando recolhem vidros, metais, papéis, etc., objetivando a sua reciclagem. Cada dia que passa, mais e mais ecoempreendedores criam produtos e serviços ambientalmente seguros exercendo uma pressão competitiva para que as grandes empresas passem a ser mais ecoempreendedoras. Assim, cria-se condições não somente de melhorar a qualidade do ar, do solo e da água, como também encontrar alternativas para uma ocupação e exploração dos recursos naturais que não são inesgotáveis.
O ecoempreendedor tem sua presença em uma grande variedade de econegócios, chegando a transformar o lixo em ouro, com empreendimentos que recolhem materiais recicláveis para fábricas que os transformam em novos produtos. Esses produtos são ofertados para empresas e para o público em geral.
Muitos ecoempreendedores tomam alguns produtos existentes no mercado e dão ênfase ao produto natural destacando os que são alimentos sem pesticidas, isentos de ingredientes químicos ou sintéticos e embalados com materiais recicláveis e biodegradáveis, dentre vários outros produtos.
Isso representa apenas uma minúscula amostra dos muitos tipos de negócios que os ecoempreendedores iniciam e desenvolvem todos os dias. As possibilidades de se criar uma ecoempresa só podem ser limitadas pela imaginação das pessoas: o meio ambiente é uma área tão vasta quanto os problemas que flagelam!
Ao ficar com o olhar atento nas notícias e prestando muita atenção às necessidades ambientais mais imediatas, o ecoempreendedor poderá definir e redefinir novos nichos lucrativos no mercado.
O ecoempreendimento ambiental representa a nova fronteira de mais visão e pioneirismo que os negócios tradicionais. Além disso, requer uma série de valores e uma ética que infelizmente cada vez é mais difícil de encontrar no mundo dos negócios hoje.
Este texto é da responsabilidade do Professor Emanuel Leite e foi-me enviado por mail com o propósito de ser publicado no COGIR

Líder e gestor são a mesma coisa?

Publicada por José Manuel Dias


No livro “Measure of a leader”, os autores Aubrey C. Daniels e James E. Daniels, dizem-nos que um líder tem de ser capaz de inspirar aqueles que dirige a tomarem decisões difíceis a favor da Visão da Organização, mas também conseguir que persistam no tempo com esse tipo de decisões. Uma das questões em que os autores insistem, refere-se a que, em vez de registarmos as atitudes e comportamentos de quem lidera, porque não estudarmos o impacto de quem dirige em quem é dirigido e daí retiramos as conclusões necessárias?
Afirmam que, acima de tudo, é fundamental determinar se os dirigidos revelam, ou não, o envolvimento, o empenho, a cooperação e entreajuda, a preocupação com os outros e a capacidade de sacrifício pelo colectivo que todos sabemos de decisiva importância para que uma equipa, uma empresa ou um país tenham sucesso. Marcam também, de modo claro, a diferença entre o que é ser líder ou gestor. Segundo eles, a liderança foca-se na mudança, na criatividade e no gerir o inesperado. Enquanto a gestão, na estabilidade, no criar de hábitos, no refinar dos processos. À liderança cumpre-lhe introduzir a mudança necessária face à realidade em que se insere a equipa que dirige. A gestão, trata de rentabilizar o mais possível o potencial existente. A liderança, foca-se no exterior e translada para o interior da empresa aquilo que considerou importante registar. A gestão, centra-se no interior da empresa, nas actividades necessárias para fazer mover a organização na direcção pretendida. A liderança aponta para o futuro, para o desconhecido. Ajuda a ultrapassar a incerteza e a arriscar.
Jorge Araújo, no Diário Económico desta data, elenca as diferenças entre liderança e gestão, ver artigo completo aqui.

O terceiro Banco

Publicada por José Manuel Dias


Ainda não é desta que passamos a ter o terceiro Banco da Península Ibérica. Depois do insucesso da OPA e do desfecho das negociações para a fusão, fica tudo como dantes. O BCP informou o mercado que se "concluiram sem sucesso as negociações com o BPI" e o BPI refere que se "concluiram sem sucesso as negociações com o BCP". Que razões justificam este desenlace? Maria João Gago, no Jornal de Negócios desta data (ver aqui), dá uma explicação possivel. Se o ditado popular "não há duas sem três" estiver certo, não tardará muito a haver novidades.

Conferência: a não perder

Publicada por José Manuel Dias


Terça-feira, 27 de Novembro, pelas 21:00 horas, terá lugar a Conferência «Ética e Economia de Mercado: tensões e equívocos» no Anfiteatro do Centro Universitário Fé e Cultura, em Aveiro. O conferencista será o Prof. Doutor José Manuel Moreira, docente da Universidade de Aveiro e a Moderadora a Prof. Doutora Virgínia Granate de Sousa, docente do ISCA. A não perder.

Professor Emanuel Leite (2)

Publicada por José Manuel Dias


O Professor Emanuel Leite é especialista no tema de empreendedorismo. Numa entrevista que concedeu ao Portalqualidade e que pode ser vista na íntegra aqui , foi confrontado com a seguinte questão: "Empreendedorismo é um dom ou é uma competência que pode ser desenvolvida?". A resposta não podia ser mais esclarecedora: " Algumas pessoas já nascem com o dom. Pelé é um grande jogador que já nasceu com o espírito de ser um grande jogador. Outras desenvolvem essa característica. De modo geral, o empreendedor pode e deve ser ensinado. Se eu não acreditasse que isso pudesse ser ensinado, eu não estaria aqui, pregando isso".
O Professor participa neste Blogue na qualidade de colunista. Publicámos já um primeiro texto da sua autoria, ver aqui. Hoje, publicamos o segundo. A divulgação dos seus textos tem suscitado a curiosidade de muitos dos seus alunos. Muitos deles fazem questão de expressar esse facto, por via dos comentários que aqui nos deixam. A blogosfera é um instrumento de aproximação de povos. A partilha de saberes ainda nos torna mais próximos. Obrigado a todos.

O que é empreendedorismo? (parte II)

Publicada por José Manuel Dias

Fixar-se mais profundamente na condição dos muitos indivíduos, iremos perceber como é grande o número de pessoas que possuem as características marcantes do perfil de empreendedor (a) . E não precisamos ir muito longe. É só dar uma olhada ao nosso redor e vamos encontrar alguém que anda "a ganhar a vida" a investir no que dá prazer e a aliar esta atividade a uma necessidade do público alvo, sem nenhum vínculo com alguma organização pública ou privada e, principalmente, a modificar as regras do mercado.
O importante agora é perceber que vivemos em uma nação onde há muito mais que violência, cerveja e carnaval. Aliás, esses temas estão a ser objeto de iniciativas, idéias e ações empreendedoras.
Falar do fenômeno do empreendedorismo requer um entendimento e uma análise da sua força motriz. Dessa forma destacamos dois elementos que são pilares na construção dessa nova modalidade de trabalho: a inovação, a partir do desenvolvimento tecnológico, e o processo de globalização a promover o fim do emprego.
A rigidez da legislação laboral portuguesa também vem contribuir com grande força na promoção do empreendedorismo, por não possibilitar a flexibilidade nas contratações. Em Portugal, apenas um único modelo impera: "(...) aquele onde o trabalhador é obrigado a trabalhar oito horas diárias, com um mês de férias, gratificação natalina, indenização por demissão e todo o resto". Em todo país com legislação trabalhista rígida há mais desemprego.
Reconhecer (-se) empreendedor, reconhecer (-se) empreendedora... Mas, afinal, o que significa ser empreendedor? Quais são as características, ou melhor, como reconhecer (-se) um empreendedor, uma empreendedora?
Há uma importante observação de Peter F. Drucker sobre o que difere um empreendedor de uma pessoa qualquer: o que é um empreendedor/criador de empresas? Drucker alerta que este título não pode ser aplicado a todo audacioso que inicia um pequeno negócio. Os empreendedores são pessoas que estão simultaneamente a criar novos tipos de negócios e aplicar novos e insólitos conceitos administrativos.
"Empreendedores são um dos ativos mais importantes de qualquer economia. Difícil é ser um deles. Empreendedores são ágeis, persistentes e, geralmente, trabalham com um tipo de capital intangível: boas idéias. Empreendedorismo (espírito empreendedor), terra, trabalho e capital são os quatro pilares de uma sociedade fundamentada na livre iniciativa. (...)"
Os empreendedores estão comprometidos num processo onde o economista Joseph Schumpeter descreveu como "destruição criativa", ou seja, "romper com velhos hábitos, para gerar respostas novas às carências e desejos do mercado". Eles (os empreendedores) forçam situações, com o objetivo de mudar as coisas para melhor. São construtores compulsórios: quando começam, não param mais.
É importante esclarecer que a ação do empreendedor não está determinada a um eixo único, ou seja, qualquer pessoa, empregada ou não, pode ser empreendedora. O empreendedorismo está para a relação subjetiva do ser humano, o que existe antes de uma ação empreendedora é o espírito empreendedor.
O que faz a diferença entre um empreendedor de sucesso e outro que acaba de fechar o seu negócio ou se limita a mantê-lo a funcionar, mas sem perspectivas de crescimento? Mais do que a criatividade ou uma boa idéia, são o trabalho árduo, o planejamento sistemático e a inovação, características marcantes de um empreendedor de sucesso.
Somente boas idéias não valem nada. "O artista é aquele que copia bem. O gênio é aquele que rouba as idéias" (Pablo Picasso).
O que o empreendedor tem de fazer é trabalhar muito em torno da sua idéia de negócio. E para isso deve buscar informação. As pessoas normalmente pensam que é muito difícil conseguir informação. Mas existe informação em quantidade ilimitada. O mais importante é ter a coragem de abrir a boca e perguntar. Todavia, as pessoas têm medo de revelar sua limitação.
Este texto é da responsabilidade do Professor Emanuel Leite e foi-me enviado por mail com o propósito de ser publicado no COGIR

O "lobby" do futuro

Publicada por José Manuel Dias


O erro fundamental da política orçamental portuguesa consistiu sempre em ser definida e avaliada na óptica estrita dos resultados de curto prazo. São inúmeros os exemplos que, ao longo dos anos, ilustraram esta afirmação: os aumentos das pensões e a antecipação da idade da reforma quando a evolução demográfica já demonstrava claramente que essa não era uma política viável; o investimento público visto como instrumento de curto prazo; a ausência de políticas de gestão dos recursos humanos; a falta de transparência das contas públicas e a tentação de fazer transitar para a dívida (visível ou oculta) parte dos encargos assumidos; e, sobretudo, a ausência de avaliação das políticas, a não ser pelo crescimento do PIB e do emprego, quer delas resultem quer não, e ainda que à custa de inevitáveis retrocessos futuros.
Teodora Cardoso, em artigo de opinião no Diário Económico (ver aqui), apontas as causas da ineficiência do Estado e das distorções no tecido produtivo e na capacidade competiva do país. A prestigiada economista vai mais longe, diz o que falta "no conjunto dos debates que rodeiam o Orçamento do Estado" e aponta uma necessidade: um "lobby" que defenda o futuro.

Visto de fora

Publicada por José Manuel Dias


Vão continuar as reformas estruturais por parte do Governo de José Sócrates, diz a prestigiada Economist. Numa análise muito positiva ao desempenho do Governo, designadamente na redução do défice, perspectiva um reforço de crescimento do PIB de 1,8%, no corrente ano, para 2%, em 2008.
Só faltou dizer que é preciso trabalhar mais e melhor, para melhorar a nossa produtividade, e que o peso da despesa pública deve continuar a diminuir, se queremos ser competitivos num quadro de uma economia cada vez mais global.

Fuga ao fisco: "tolerância zero"

Publicada por José Manuel Dias


Se não houvesse fuga ao Fisco nem fraude fiscal, os contribuintes portugueses podiam pagar menos 38% de IRS. Os cálculos são do ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, e foram anunciados no discurso de encerramento da discussão do Orçamento do Estado para 2008, no Parlamento. O governante prometeu ainda que 2008 será o ano da "tolerância zero" na luta contra a fraude e evasão fiscais.
A notícia do Diário Económico desta data, pode ser lida aqui. Todos os que cumprem com as suas responsabilidades fiscais não podem deixar de aplaudir esta intenção. Se todos pagarem o que é devido, todos pagaremos menos.

Microcrédito

Publicada por José Manuel Dias


Participei hoje nesta Conferência. Sai de lá com uma certeza: um pequeno empréstimo pode ajudar a viabilizar um bom negócio. O microcrédito corporiza uma ideia diferente e inovadora. Apela a capacidade de empreendimento. Não cria a dependência do subsídio. É responsabilizante. Pode ter efeitos multiplicadores. Permite a criação do auto emprego. São mais de 800 os casos de sucesso já referenciados. Potencia a passagem da economia informal para a formal. Tem condições para se multiplicar desde que se ultrapasse um constrangimento: a aversão ao risco dos portugueses. Comportamento velho de décadas em que se deixava "à superior decisão" as questões mais comezinhas. Comportamento potenciado pelos muitos "Eu não te disse?!!" que ecoavam sempre que as coisas não corriam bem. Comportamento que é ditado, também, pelas prestações sociais que garantem um mínimo de subsistência, sem a contrapartida de realização de um qualquer trabalho. Urge mudar este estado de coisas. Identificar as barreiras que funcionam como "efeitos de travão" à afirmação do empreendedorismo em vista à sua eliminação. Precisamos de uma nova atitude mental que inclua motivação e capacidade para identificar uma oportunidade e produzir valor ou, dito de outro modo, precisamos de ser empreendedores.

Professor Emanuel Leite

Publicada por José Manuel Dias


Emanuel Ferreira Leite possui graduação em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (1982) , mestrado em Mestrado em Administração pela Universidade Federal da Paraíba (1992) , doutorado em Ciencias de Engenharia pela Universidade do Porto (1999) e pos-doutorado pela Universidade de Aveiro (2005). Actualmente é Professor da Universidade Católica de Pernambuco.
É autor do livro "O fenômeno do empreendedorismo criando riquezas". Uma obra que merece ser lida por todos todos aqueles que querem ser empreendedores e aspiram ser donos de seu próprio negócio. É considerada uma obra abrangente, pois cobre todos os tópicos relacionados com o desenvolvimento da capacidade empreendedora. É, também, uma obra prática, visto que fornece informações detalhadas sobre o modo de detectar as oportunidades que surgem no dia a dia. Na elaboração desta obra o Professor Leite contou com a colaboração de Joaquim José Borges Gouveia, Professor Catedrático na Universidade de Aveiro.
O Professor Emanuel Leite acedeu ao convite que lhe formulámos para participar neste Blogue na qualidade de colunista. Remeteu-nos, desde já, dois textos sobre a temática do empreendedorismo. Sentimo-nos orgulhosos do facto. Publicamos hoje o primeiro desses textos. Damos, assim, um contributo, ainda que modesto, à divulgação da sua obra e, por essa via, melhoramos, também, o nosso conhecimento sobre " o espírito empreendedor como opção de vida".

O que é empreendedorismo ? (parte I)

Publicada por José Manuel Dias

O número de indivíduos que deseja criar o seu próprio negócio cresce dia-a-dia. O fenômeno do empreendedorismo vem se alastrar pelos quatro cantos do mundo, em ritmo cada vez mais alucinante. O candidato a empreendedor tem que vencer uma verdadeira corrida de obstáculos para poder concretizar o sonho de ser dono de seu próprio negócio.
Podemos perceber claramente a presença dos “5Ps” do empreendedorismo - paixão, perseverança, paciência, prudência e prática no comportamento dos empreendedores de sucesso.
Esperamos que a leitura deste artigo, ao mesmo tempo em que discorre sobre empreendedorismo, desperte no leitor a força do espírito empreendedor como opção de vida. O empreendedorismo - que é igual a espírito empreendedor + liberdade de ação + oportunidade - será a alternativa profissional para muitos indivíduos no século XXI. Vivemos a Era do poder da informação, dos negócios on-line, da força das idéias audaciosas... e da sorte. As idéias são “a nova moeda” do mundo empresarial.
Quem tem uma idéia, um sonho, depara-se com duas opções: ou faz o que é necessário para colocá-lo em prática ou arranja muitas desculpas para não o fazer. A segunda opção é a única alternativa que pode fazer a pessoa se arrepender para o resto da vida. O empreendedor, criador de empresas, sabe que "tentar e falhar é, no mínimo, aprender. Não chegar a tentar é sofrer a perda incalculável do que poderia ter conseguido”.
Discorrer sobre o empreendedorismo em Portugal solicita uma visita por toda a história política, econômica e social do País. Fazer uma ponte com as revoluções econômicas e sociais do mundo também é necessário. Mas, principalmente, é preciso olhar atentamente para o homem e para a mulher, o empreendedor e a empreendedora. Para as mudanças, a emancipação, o desenvolvimento e as transformações porque eles (as) passam.
Falar de empreendedorismo é falar do ser humano e, por conseguinte, da capacidade nata que ele tem de se moldar, suplantar e transcender aos limites impostos a ele. É encontrar uma saída, e, diga-se de passagem, uma boa saída, para os momentos de crise. É falar de conhecimento, inovação, sabedoria, visão, ousadia, coragem. É falar de ética, de novas possibilidades e caminhos por desvendar. Criação e experiência de novos saberes, desejos. É, acima de tudo, falar de futuro. É falar de escolhas, da possibilidade de se escolher que futuro se quer e que começa a ser planejado no hoje, no agora.
Não me deixa pessimista, mas cansado, ver como os homens públicos abusam de nossa paciência em ver mediocridades, em ouvir mentiras, em ver repetições. Só num país em que o marketing chegou ao cúmulo do abuso se consegue entregar ambulâncias velhas - Primeiro Emprego - para empregar 250 mil pessoas e empregam-se 500. Vivemos num país em que os processos não valem mais, valem apenas os eventos, o que parece ser. Em vez de criar um Programa Primeiro Emprego, por que não valorizar o empreendedorismo que já está aí? É isso que peço as autoridades: por favor, não inventem nada de novo. Dêem força ao que está aí. Primeiro Emprego? Não. Primeira Empresa!
Este texto é uma reflexão acerca do empreendedor(a) do século XXI, seu surgimento, a relação emprego x trabalho e, finalmente, a materialização de uma visão, e por que não do sonho, em uma oportunidade de negócio.
Este texto é da responsabilidade do Professor Emanuel Leite e foi-me enviado por mail com o propósito de ser publicado no COGIR

A força dos números

Publicada por José Manuel Dias


É o nome da coluna que Daniel Amaral, economista, alimenta, no semanário "Expresso". Na sua última crónica debruçou-se sobre o Orçamento para 2008 e escreve : " O OE prevê uma verba de 21 mil milhões de euros para despesas com pessoal, cerca de 1% acima da estimativa para 2007. Mas como não se pronuncia sobre as pessoas envolvidas, ficamos sem saber qual o acréscimo salarial implícito. Este foi assumido pelo Governo indirectamente: 2,1%, exactamente igual à inflação prevista. Do lado dos sindicatos exige-se mais, oscilando as propostas entre 3,5% (STE) e 5,8% (CGTP). Pergunta inevitável: estes valores justificam-se?
Depois com base na leitura dos números, a ler aqui, retira a necessária conclusão:
"Ao reduzirmos as exportações, estamos a agravar a balança comercial, endividando-nos cada vez mais. Números redondos, o que se passa é o seguinte: a diferença entre importações e exportações é de 8% do PIB, e o saldo de rendimentos e capitais acresce àquele valor mais 1%. Estes 9% do PIB traduzem o ritmo a que estamos a endividar-nos anualmente. Eis o que já todos sabíamos, mas ninguém quer reconhecer: vivemos muito acima das nossas posses.
Moral da história: acréscimos salariais superiores à inflação prevista (2,1%) poderão ser socialmente justificáveis, mas não são economicamente realistas."

Empreendedorismo (7)

Publicada por José Manuel Dias


Acabemos com este maelstrom de chá morno!
Mandem descascar batatas simbólicas a quem disser que não há tempo para a criação!
Transformem em bonecos de palha todos os pessimistas e desiludidos!
Despejem caixotes de lixo à porta dos que sofrem da impotência de criar!
Rejeitem o sentimento de insuficiência da nossa época!
Cultivem o amor do perigo, o hábito da energia e da ousadia!
Virem contra a parede todos os alcoviteiros e invejosos do dinamismo!
Declarem guerra aos rotineiros e aos cultores do hipnotismo!
Livrem-se da choldra provinciana e da safardanagem intelectual!
Defendam a fé da profissão contra atmosferas de tédio ou qualquer resignação!
Façam com que educar não signifique burocratizar!
Sujeitem a operação cirúrgica todos os reumatismos espirituais!
Mandem para a sucata todas as ideias e opiniões fixas!
Mostrem que a geração portuguesa do século XXI dispõe de toda a força criadora e construtiva!
Atirem-se independentes prá sublime brutalidade da vida!
Dispensem todas as teorias passadistas!
Criem o espírito de aventura e matem todos os sentimentos passivos!
Desencadeiem uma guerra sem tréguas contra todos os "botas de elástico"!
Coloquem as vossas vidas sob a influência de astros divertidos!
Desafiem e desrespeitem todos os astros sérios deste mundo!
Incendeiem os vossos cérebros com um projecto futurista!
Criem a vossa experiência e sereis os maiores!
Morram todos os derrotismos! Morram! PIM!
Ultimatum às Gerações Futuristas Portuguesas do Século XX , José de Almada Negreiros

Um novo tempo para a Universidade

Publicada por José Manuel Dias


Na Nova Economia Global e na Sociedade do Conhecimento, compete à Universidade um papel central na injecção no tecido social de uma dinâmica de insatisfação permanente com a criação de valor e aposta na criatividade. Num tempo de mudança, em que só sobrevive quem é capaz de antecipar as expectativas do mercado e de gerir em rede, numa lógica de competitividade aberta, a Universidade não pode ficar à espera.
(.../...)
A reorganização da Universidade é um desafio à capacidade de mudança de Portugal. Porque a Universidade é um elemento central decisivo na nossa matriz social, o sucesso com que a Universidade assumir este novo desafio que tem pela frente será também em grande medida o sucesso com que o país será capaz de enfrentar os exigentes compromissos da Globalização e do Conhecimento. A Universidade tem que assumir dimensão global ao nível da geração de conhecimento, valor, mas também de imposição de padrões sociais e culturais.
A Universidade tem que ser o grande Actor da Mudança que se quer para Portugal. Seria muito mau num tempo em que a todos é pedido um esforço especial de compromisso estratégico com o futuro do país que aqueles a quem o Conhecimento mais deve não participassem de forma activa neste processo de verdadeira convergência global.
Francisco Jaime Quesado, Um novo tempo para a universidade portuguesa, no Jornal de Negócios desta data

Empreendedorismo (6)

Publicada por José Manuel Dias


O Alert é um sistema informático que permite acabar com os papéis em hospitais, centros de saúde e clínicas privadas. Através deste software os dados clínicos dos pacientes são registados digitalmente em tempo real, eliminando o uso do papel. Este software foi criado por Jorge Guimarães, presidente da Alert Life Sciences Computing, S.A. A empresa já implementou o sistema Alert na Europa, Estados Unidos, Ásia e na América Latina. Actualmente tem mais de 31 mil utilizadores em 550 estabelecimentos de saúde de 27 países. A Alert Life Sciences Computing, S.A. venceu o prémio PME Inovação.
Este é um dos muitos casos de sucesso de empreendedorismo em Portugal. É um exemplo do que podemos fazer. Os portugueses, mesmo sem grandes recursos, podem criar empresas de inovação, inclusive em sectores tradicionais.

Empreendedorismo (5)

Publicada por José Manuel Dias


Dia 17, sábado, a partir das 15,30 horas, terá lugar uma Conferência na Universidade de Aveiro com o tema «Universidade, Inovação e Empreendedorismo», com o seguinte programa:
Painel I
Moderador: Prof. Luís Almeida- Dr. Armindo Monteiro - Presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários- Dr. António Henriques - Presidente do IFDEP - Instituto de Fomento e Desenvolvimento do Empreendedorismo em Portugal- Eng.º Carlos Martins - Presidente do Conselho de Administração do Grupo Martifer- Eng.º Jorge Brás - Chief Operations Officer da Enabler
Coffee break com um momento musical oferecido pela Oficina de Música de Aveiro
Painel II
Moderador Prof. Gonçalo Paiva Dias- Eng.º Paulo Nordeste - Presidente Executivo da PT Inovação- Professor Doutor Júlio Pedrosa - Professor Catedrático da Universidade de Aveiro- Dr. Vasco Sousa - Director geral da revista Inovar.te
As entradas são livres, vale a pensa saber mais sobre esta temática, se puder participar não perca.

Prémio Nacional do Professor

Publicada por José Manuel Dias


Um docente de Matemática de uma escola secundária de Aveiro recebeu hoje o Prémio Nacional do Professor, um galardão atribuído pela primeira vez para distinguir «aqueles que contribuem de forma excepcional para a qualidade do sistema de ensino». Com 35 anos de carreira, Arsélio de Almeida Martins, que lecciona na secundária José Estêvão, foi considerado pelo júri como «um exemplo de cidadania e um mestre no verdadeiro sentido do termo».
(.../...)
«Penso que sou um professor comum. O que me diferencia é sobretudo a participação cívica de que nunca abdiquei», afirmou o docente, em declarações aos jornalistas.
A notícia desenvolvida pode ser lida aqui. É com particular agrado que faço este post. É um professor da minha terra, lecciona na escola que frequentei ( à época designava-se Liceu Nacional de Aveiro) e afirma "Sou feliz por ser professor no meu país"." O reconhecimento do país é muito importante para a valorização do mérito e da excelência no ensino" disse a titular da pasta de Educação na cerimónia de entrega do prémio. Não podia estar mais de acordo.

Objectivos SMART

Publicada por José Manuel Dias


"Não preciso de objectivos para nada", "Os objectivos estão na minha cabeça" ou "Se tiver um objectivo posso falhar" são três das respostas a um questionário sobre a importância dos objectivos para as organizações. Está bom de ver que estes inquiridos eram desfavoráveis à fixação de objectivos. Criar objectivos ambiciosos tem sido sempre uma das maiores dificuldades das organizações. Definir o que se pretende é, no entanto, uma das tarefas chave dos gestores. Sem saber o que queremos, não podemos definir as estratégias adequadas. Está demonstrado que a fixação de objectivos melhora o desempenho mas um objectivo só deve ser classificado como tal se for SMART, isto é:
Specific (específico); Measurable (mensurável); Attainable (concretizável), Realistic/Relevant (realístico/relevante) and Time-bounded (delimitado temporalmente).

A quinta frase da Página 161

Publicada por José Manuel Dias



O Raul Martins, do Margem Esquerda, lançou-me um desafio: dar a conhecer o livro que ando a ler e transcrever a quinta frase da página 161, relançando o desafio para mais 5 pessoas. Esta é mais uma dessas muitas correntes blogosféricas que nos fazem sentir mais próximos. Vamos então ao trabalho. O livro que ando a ler é " A Revolução da riqueza". Alvin e Heidi Toffler desvendam-nos a forma como a riqueza se criará no futuro, quem terá acesso a ela e como. Um livro imperdível. E a quinta frase da página 161 (de 488) é:
"De todas as ciências sociais, a Economia está em primeiro lugar porque sendo bastante matematizada, é (ou pretende ser) a mais "difícil".
Agora é suposto passar o desafio para 5 pessoas. Sou um pouco avesso a estas correntes de "passa para mais cinco (ou dez)". Deixo, por isso, ao critério de quem me lê. Se achar bem, dê seguimento, se não der, amigos como dantes.

Paradigma na Wikipédia

Publicada por José Manuel Dias


Paradigma é a representação do padrão de modelos a serem seguidos. É um pressuposto filosófico matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.

Empreendedorismo (4)

Publicada por José Manuel Dias

O empreendedor não é necessariamente o dono do negócio, como bem explica Sérgio Dal Sasso. O que faz uma pessoa ser um empreendedor? A vocação e a necessidade. O empreendedor é um realizador. É só clicar na imagem e fique a saber o que pensa este consultor de empresas sobre empreendedorismo.

Aviso à navegação

Publicada por José Manuel Dias


Licenciados desempregados por área de estudo:
Formação de professores-5.895; Ciências empresariais-5.040; Ciências sociais e do comportamento-3.997; Engenharias Técnicas e Afins-2.436; Humanidades-2.036; Arquitectura e construção-1.413; Artes-1.318; Serviços sociais-1.094; Informação e jornalismo-838; Direit-833; Ciências físicas-779; Agricultura,Silvicultura e Pescas- 708;Indústrias transformadoras -551; Ciências da Vida-556.
Informação do Gabinete de Planeamento, Estratégia e Avaliação e Relações Internacionais do MCTES (Fonte: Diário Económico de 9 de Novembro)
Importará, no entanto, registar que os licenciados representam menos de 10% do total de desempregados e, como é óbvio, têm muito maior facilidade em arranjar emprego do que os trabalhadores não qualificados.
Os candidatos ao ensino superior não podem deixar de ter em conta este tipo de informação que vai passar a ser disponibilizada semestralmente (Junho e Dezembro), indicando, também, a respectiva escola de formação. A cada um compete assumir os respectivos riscos da escolha. Há cursos e cursos, escolas e escolas... O processo de Bolonha ao permitir que o aluno mude de curso, sem ter que voltar ao início, permitirá aos actuais estudantes a escolha de um mestrado(2º ciclo) numa área em que a empregabilidade seja superior.
Esta realidade confronta-nos, também, com outro problema. Comprova-se a opinião expressa por António Câmara, CEO da Ydreams, as " Universidades não formam pessoas para serem empreendedoras" mas pessoas que esperam que alguém, de preferência o Estado, lhe garanta o emprego. Estimular o empreendedorismo entre os jovens licenciados à procura do primeiro emprego é urgente e necessário.

Gestão de pessoas

Publicada por José Manuel Dias


E como é que se convence as pessoas a darem o seu melhor?
Claus Möller, especialista em gestão de pessoas, fundador da Time Manager Internacional, responde: " O grande responsável pelo facto de um indivíduo se sentir motivado e dar o seu melhor é o próprio indivíduo. Eu sou reponsável pelo meu próprio grau de motivação. Queremos que as pessoas sejam proactivas e não reactivas. Elas não são vítimas das circunstâncias, são pessoas que podem decidir e mudar o rumo das coisas. Se não gostam do emprego em que estão, podem encontrar outro onde consigam dar o seu melhor. Será melhor tanto para elas como para a empresa. Acho que os líderes empresariais têm efectivamente uma grande responsabilidade no assunto, mas não têm a responsabilidade toda".
Diário Económico de 8 de Novembro

Cooperação estratégica

Publicada por José Manuel Dias

«As autoridades portuguesas estão a avançar com reformas profundas na administração pública, na justiça, na segurança social e em muitos outros domínios».
Cavaco Silva, numa intervenção perante empresários portugueses e chilenos.

Novas estratégias empresariais

Publicada por José Manuel Dias


Fazer de Portugal, nos próximos dez anos, um dos dez países mais atractivos e competitivos da União Europeia é a Visão estratégica explicitada pela Associação Industrial Portuguesa na Carta Magna da Competitividade que pode ser vista aqui. A AIP apresenta, também, os grandes objectivos e princípios que deverão orientar um novo ciclo da economia portuguesa. Merecem particular referência as "dez novas estratégias empresariais" (pág. 7). De entre elas sublinhamos a 4ª - " A internacionalização como condição para a competitividade das empresas, compreende o crescimento exponencial dos fluxos comerciais entre Portugal e o exterior e depende da capacidade de orquestrar as melhores oportunidades e os melhores recursos, estejam onde estiverem".

Empreendedorismo (3)

Publicada por José Manuel Dias


O problema em Portugal é a falta de empreendedorismo dos estudantes ou são as universidades que não incutem esse espírito?
É um processo cíclico. Não temos uma cultura de empreendedorismo. Embora eu sinta que há uma cultura de empreendedorismo muito mais vincada a Norte, por razões históricas. Agora, as novas gerações são muito mais empreendedoras. Além dos 15 mil que tiveram formação avançada, há mais de 40 mil estudantes portugueses que fizeram parte do programa Erasmus, estiveram em toda a Europa. Tradicionalmente a universidade educava as pessoas para serem empregados, eu fui educado para ser empregado numa grande empresa nunca fui educado para ser um empreendedor.
António Câmara, fundador da YDreams, em entrevista ao DN que pode ser lida aqui.

Empreendedorismo (2)

Publicada por José Manuel Dias


No dia em que se inicia o debate parlamentar (*) sobre os critérios de afectação de cerca de 45% da riqueza nacional, que o mesmo é dizer como vão ser distribuídos os dinheiros públicos (provenientes dos nossos impostos e da dívida pública), pareceu-nos oportuno trazer a este espaço uma pequena reflexão sobre a importância do empreendedorismo. Para Peter Drucker "...inovação é a função específica do empreendedorismo, seja num negócio existente, numa instituição pública de serviços ou num novo empreendimento iniciado por um indivíduo na cozinha da família".
Vivemos numa época de profundas mudanças, enfrentamos uma concorrência globalizada, os níveis de desemprego são elevados e as taxas de crescimento económico são reduzidas. O empreendedorismo pode ser a chave para a resolução de muitos dos nossos problemas. As escolas não podem continuar a formar pessoas para serem empregados por conta de outrem (de preferência na Administração Pública porque a estabilidade era garantida). A escola tem de fomentar uma cultura empreendedora que ultrapasse a aversão ao risco e o estigma do insucesso. Aplaudimos, por tudo isto, a decisão o governo de "introduzir o ensino do empreendedorismo em escolas secundárias", conforme previsto no Plano Nacional de Crescimento e Emprego para 2007-2013.
(*) 6 de Novembro de 2007

Competitividade

Publicada por José Manuel Dias


A recuperação de dívidas custa às empresas portuguesas cerca de 50 milhões de horas de trabalho por ano, ou seja, mais cinco mil horas por dia, de acordo com um estudo da Intrum Justitia. As pequenas empresas são as que apresentam os maiores custos de trabalho "per capita" associados à gestão de crédito.
A notícia do Jornal de Negócios desta data, pode ser lida aqui.
A recuperação de crédito é uma área onde, seguramente, a maioria das empresas pode ser mais competitiva. Importa, no entanto, atribuir à gestão do crédito a importância merecida. De nada valerá crescer nas vendas se estas não se vierem a traduzir em meios monetários.
A realidade retratada na notícia remete-nos, também, para outros aspectos e que têm a ver com o comportamento de muitos agentes económicos. Um comportamento que se traduz na falta de cumprimento dos compromissos assumidos, designadamente na falta de pagamento das datas acordadas. Estas atitudes são perniciosa pelo efeitos de bola de neve que têm, afectando outras unidades económicas e minando a respectiva cadeia de valor. Mudar esta realidade depende dos gestores das empresas. A gestão de crédito pode representar uma vantagem competitiva em relação à concorrência. A competitividade de país agradece.

Empreendedorismo (1)

Publicada por José Manuel Dias

O que é o empreendedorismo? O Professor Emanuel Leite, autor do livro "O fenômeno do Empreendedorismo:criando riquezas", responde.

Leituras de fim de semana

Publicada por José Manuel Dias

The underground economy

Publicada por José Manuel Dias


Deparámos com este artigo na "The Economist" e somos tentados a pensar que Portugal está a mudar. Temos, no entanto, presente que o que se diz, nem sempre é concordante com a realidade. Neste estudo rivalizamos com os alemães, com menos de 10% dos inquiridos a admitir que contribuem para economia subterrânea. Recentemente, foi, também, divulgado este estudo, da responsabilidade de Friedrich Schneider, da Universidade austríaca de Linz, onde se conclui que o peso da economia paralela está a diminuir em Portugal. No caso concreto do nosso país, os valores da economia subterrânea são de 22,7% do PIB em 1999/00, de 22,5% em 2001/02 e 21,9% em 2002/03.
Ninguém duvida que a economia paralela retira aos cofres do Estado milhões de Euros. Estima-se que esse valor terá andado próximo dos € 6.000 milhões em 2002. Hoje, com a melhoria de eficiência da máquina fiscal a fuga será consideravelmente inferior, como, de resto, as notícias parecem confirmar. Poderemos, então, dizer que estamos no bom caminho!

Turismo: novos desafios

Publicada por José Manuel Dias


1. O secretário de Estado do Turismo entregou esta semana às regiões de turismo uma proposta da nova lei-quadro para o sector. O documento prevê a redução de 19 para apenas cinco entidades, coincidentes com as NUTS II.
A proposta de decreto-lei, a que a agência «Lusa» teve acesso, estipula a existência de cinco entidades «correspondentes às circunscrições territoriais das unidades territoriais de nível II (NUTS II), coincidindo com as regiões administrativas existentes em Portugal Continental, além das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira: Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve».
A notícia desenvolvida pode ser lida aqui.
2. A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) partilha as preocupações do Governo, considerando excessivo o número das actuais regiões de turismo.Para além disso, a associação também considera excessiva a «delimitação territorial sem critério objectivo, o modelo de gestão existente ineficiente, as competências inadequadas e o financiamento com insuficiente controlo».
Para ver notícia completa clicar aqui .
Uma mudança que se aplaude. São muitas as razões que justificam esta posição. Destaquemos apenas as seguintes: dimensão do país, olhemos para o mapa da península; oferta diversificada e experiências distintivas; economias de escala e imagem de marca das grande regiões, para oferta de valor. Recentemente, acompanhei uns amigos ao posto de turismo de Aveiro. A qualidade de atendimento foi, a meu ver, muito sofrível. A indústria do turismo é a indústria do futuro, devemos ser muito exigentes. Só o excelente é suficiente.