Participei hoje nesta Conferência. Sai de lá com uma certeza: um pequeno empréstimo pode ajudar a viabilizar um bom negócio. O microcrédito corporiza uma ideia diferente e inovadora. Apela a capacidade de empreendimento. Não cria a dependência do subsídio. É responsabilizante. Pode ter efeitos multiplicadores. Permite a criação do auto emprego. São mais de 800 os casos de sucesso já referenciados. Potencia a passagem da economia informal para a formal. Tem condições para se multiplicar desde que se ultrapasse um constrangimento: a aversão ao risco dos portugueses. Comportamento velho de décadas em que se deixava "à superior decisão" as questões mais comezinhas. Comportamento potenciado pelos muitos "Eu não te disse?!!" que ecoavam sempre que as coisas não corriam bem. Comportamento que é ditado, também, pelas prestações sociais que garantem um mínimo de subsistência, sem a contrapartida de realização de um qualquer trabalho. Urge mudar este estado de coisas. Identificar as barreiras que funcionam como "efeitos de travão" à afirmação do empreendedorismo em vista à sua eliminação. Precisamos de uma nova atitude mental que inclua motivação e capacidade para identificar uma oportunidade e produzir valor ou, dito de outro modo, precisamos de ser empreendedores.
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Vivemos de paradigmas meu Caro José Manuel Dias, você sabe, eu sei, afinal, nós adultos, sabemos todos.
Não podemos libertar-nos com uma sacudidela de todos aqueles “males” que ouvíamos dos nossos familiares, dos respeitáveis vizinhos que também opinavam, dos pais, e particularmente das nossas mães, que se afligiam com “aventureirismos“, e que nós, para não as melindrar desistiamos de um qualquer projecto que tivessemos em mente.
Sabemos que elas se opunham na defesa dos nossos interesses à época, era a proteger-nos, preocupados com o nosso futuro, com aquilo que poderiam dizer de nós se falhássemos, era o nome estragado para sempre enfim,uma "desgraça" pois queriam que tivéssemos uma vida “ limpinha “ e que não houvesse ninguém que nos apontasse o dedo, que fossemos “pobrezinhos mas honestos” como apregoava a Igreja e o Estado Novo.
Daí eu muitas vezes pensar que os "empresários" que se formaram na época e que felizmente se encheram de dinheiro, eram assim uns "almas de Deus" que nada tinham a perder, nem bens nem nome, e afinal, foi o seu "aventureirismo" que lhes deu bens, e nome.
Já agora permita-me um aparte que não tendo aparentemente nada a ver uma coisa com a outra, no fundo, até tem:
Quem se estabelecesse e fosse à falência ficava assim como uma rapariguinha daqueles tempos que se namorasse dois ou três anos para um rapaz e tudo acabasse, a pobre, ficava arruinada junto dos outros, dos seus familiares, dos seus vizinhos da população da terra em geral para o resto da vida.
Daí eu até achar interessante os “danos” que hoje os homens estão a sofrer com a inversão daquelas posições que houve nestes casos.
É que se inverteram os papeis completamento e passamos do 8 para o 80.
Elas, hoje, é que os levam para o “sacrifício” e depois, por “enjoo” ou simplesmente porque não lhes apetece mais, são eles que tragicamente são abandonados. Realmente a vida dá muitas voltas, e andamos nós ainda a criticar os tallibans, quando eramos ainda há meia duzia de anos atrás tão parecidos.
Ora era bom que no empreendorismo a coisa funcionasse do mesmo modo. Que saíssemos do atrofiamento antigo dos medos e preconceitos, e que os mais capazes, perdessem e largassem os medos e os preconceitos, e violentasse esses "paradigmas".
De qualquer modo, hoje as coisas já vão melhorando, sendo diferentes do que eram.
Os pais perante o vazio de futuro que se apresenta para os filhos, disfarçam a sua retracção em relação ao empreendimento que o filho queira abraçar, mas ainda assim gostam mesmo, é que ele se estabeleçam com um bar ou tasquinho simpático, porque para “comes e bebes” há sempre dinheiro, e o investimento não é nada do outro mundo.
Portanto, seja através do microcrédito, seja através da estimulação e de concursos de ideias para determinados projectos de interesse nacional através do Estado, temos de sair da letargia e temos que “lavar” o nosso subconsciente dos pregões velhos que nem sempre eram os melhores, e avançarmos, hoje já ninguém fica com o nome sujo, se cairmos limpamos as calças nos joelhos e levantamo-nos de novo e continuamos a caminhada, os tempos mudaram.
E no meio disto tudo que já vou longo como sempre, quero que saiba que eu, muitas vezes contrariando-o no fundo admiro-o meu Caro JMD…
Admiro a sua tenacidade, de procurar estimular tudo o que tenha interesse para os outros e para o país porque vê nisso, como eu, e penso que toda a gente, um estímulo para todos para que haja um verdadeiro desenvolvimento, pois parece que nos está a custar sair da “cepa torta”.
Realço pois o seu contributo no estímulo que dá, e ao fazê-lo está a ajudar e a dar coragem aos mais jovens, e de algum modo ajuda o nosso próprio país.
Um abraço