O erro fundamental da política orçamental portuguesa consistiu sempre em ser definida e avaliada na óptica estrita dos resultados de curto prazo. São inúmeros os exemplos que, ao longo dos anos, ilustraram esta afirmação: os aumentos das pensões e a antecipação da idade da reforma quando a evolução demográfica já demonstrava claramente que essa não era uma política viável; o investimento público visto como instrumento de curto prazo; a ausência de políticas de gestão dos recursos humanos; a falta de transparência das contas públicas e a tentação de fazer transitar para a dívida (visível ou oculta) parte dos encargos assumidos; e, sobretudo, a ausência de avaliação das políticas, a não ser pelo crescimento do PIB e do emprego, quer delas resultem quer não, e ainda que à custa de inevitáveis retrocessos futuros.
Teodora Cardoso, em artigo de opinião no Diário Económico (ver aqui), apontas as causas da ineficiência do Estado e das distorções no tecido produtivo e na capacidade competiva do país. A prestigiada economista vai mais longe, diz o que falta "no conjunto dos debates que rodeiam o Orçamento do Estado" e aponta uma necessidade: um "lobby" que defenda o futuro.
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