A Greve geral e as nossas bailarinas

Publicada por José Manuel Dias


O editorial do Diário Económico de hoje, da responsabilidade de André Macedo, dá-nos nota que "Há greve geral amanhã. O país vai parar. Na verdade, não vai parar, andará mais devagar, talvez a passo". Diz-nos que França já teve, também, a sua greve geral "Paralisação dos transportes, os serviços públicos bloqueados, as empresas privadas com quebras na produtividade. Ou seja, dias perdidos, os nervos em franja de um país inteiro, mais violência e carros queimados nas ruas. Feitas as contas, a economia francesa perdeu 0,1% do PIB por uma exigência injusta de um grupo de amotinados ". E porque protestam os franceses? Defendem o que não é defensável, estribando-se nos direitos adquiridos. Alguns velhos de séculos, como os das bailarinas da corte de Luis XIV. Enquanto na França, com a mais alta taxa de desemprego da Europa, se vivem momentos de turbulência social o que é se passa no país onde Sócrates participa nas próximas horas na cimeira UE-Ásia? "Há greves? Também, claro, é um direito importante para o equilíbrio das sociedades democráticas e a Índia é a maior democracia do planeta. No entanto, mais do que greves, aqui impõe-se a energia do trabalho. É preciso criar riqueza, assumir os riscos, investir. É preciso sobreviver". Os crescimento anual ultrapassa os dois dígitos. Uma grande alavanca humana, cada vez mais qualificada, cria diariamente riqueza. De facto "na Índia não há petróleo: há trabalho. A Europa em geral – e Portugal em particular – deveriam olhar menos para os direitos adquiridos e mais para a revolução que está a acontecer aqui ao lado". A globalização da economia é um dado adquirido e os nossos direitos têm de compaginar-se com os nossos deveres. Se não aprendermos por nós, os indianos e os chineses encarregar-se-ão de nos explicar.

2 comentários:

  1. ZÉ FAGOTE disse...

    Têm tanto direito os governantes de imporem medidas restritivas, como têm os governados o direito de as contestar.
    A não ser que, de um lado estejam seres superiores e divinos, e do outro apenas os frouxos.

  2. Maria Luísa Ramos disse...

    Fazer greve é um direito constitucional que está consagrado nas Constituições de todos os Países Democràticos. Direito justo e inaliánavel.
    Agora pensemos um pouco: Os portugueses estão esquecidos do que é a Globalização?! Devemos estar porque continuamos a fazer greves com a mesma facilidade com que "mudamos de camisa"... ainda por cima são quase sempre às sextas-feiras, segundas-feiras e vespéras de feriados.
    Quando queremos comprar um bem que irá melhorar a nossa qualidade de vida, fazemos sacrifícios: não vamos de férias, deixamos de ir jantar fora tantas vezes, etc; etc;.
    Acordem portugueses! A Globalização já começou há décadas e, não vamos querer ser sempre os eternos desgraçados da História, pois não?!
    Que tal fazermos um pequeno sacrificio e trabarlharmos um pouco mais, para sairmos de vez desta recessão económica?

    Maria Luísa Ramos