O Economicismo

Publicada por José Manuel Dias


Entre nós, a palavra economicismo ficou popular. Entrou pelo Dicionário da Academia das Ciências como "sobrevalorização dos aspectos económicos". Está conotada com o desdem do social. Contribui para a imagem dos economistas que vem da sombra do passado, como desmancha-prazeres das políticas públicas, porque vivem obcecados com os seus custos.
Entretanto, veio uma novidade. Quando os custos excessivos tornam inevitável a mudança, um economista é estimado, precisamente devido à fixação dos custos que lhe é imputada. É a continuação da vulgata economicista por outros meios.
Há bem mais do que isto. A economia é uma ciência das escolhas. Sugere como critério de mudança política que dela resulte um ganho líquido para a sociedade, que os benefícios que gera sejam superior aos custos que impõe. Sem excluir a análise de quem ganha e de quem perde.
(.../...)
Esta contribuição metodológica é actual. Um culto da mudança tem atravessado a nossa sociedade. A Economia recorda-nos que mudar só por mudar é pouco ou nada. Que é a análise sistémica dos custos e benefícios de diferentes opções que podemos esperar melhorar a qualidade do debate político e conseguir melhores políticas públicas.
João Confraria, Professor da FCEE, Univ. Católica in Expresso de 28 de Outubro de 2006
Um artigo oportuníssimo para quem comenta as mudanças, o possa fazer com mais rigor e com noção que o gasto público não é gasto alheio mas próprio (dos cidadãos contribuintes).

UA entra na parceria internacional com a Universidade Carnegie Mellon

Publicada por José Manuel Dias


Teve lugar ontem, no Parque de Exposições de Aveiro, a cerimónia de lançamento do programa de colaboração entre o Estado português e a Carnegie Mellon University (CMU), assim como a assinatura dos respectivos contratos e acordos de colaboração com a Universidade de Aveiro, outras universidades e centros de I&D nacionais. Presidida pelo Primeiro-Ministro, José Sócrates, a cerimónia contou com a participação do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago. Pela CMU estiveram presentes, o Presidente Jared Cohon, e o Director da Escola de Engenharia da Universidade norte-americana, Pradeep K. Khosla.
A Universidade de Carnegie Mellon (CMU), situada em Pittsburg, nos EUA, tem vindo a ser considerada ao longo dos anos uma das melhores escolas do mundo em áreas como a Informação e Gestão de Tecnologia, Sistemas de Informação, Informática (Ciência de Computadores), Engenharia de Computadores e em Electrotecnia.
A parceria entre a Carnegie Mellon University (CMU) e o Governo português na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) vai compreender o desenvolvimento de um instituto internacional de natureza virtual a designar por Information and Communication Technologies Institute.
O programa de acção do Instituto será centrado em temas de processamento e redes de informação, incluindo engenharia de software, redes de informação, segurança de informação e tratamento computacional da língua, mas envolvendo componentes aplicacionais de redes e tecnologias de sensores e gestão de infra-estruturas críticas, assim como de análise de políticas de informação e gestão do processo de mudança tecnológica, envolvendo, ainda, a área de investigação matemática.
O Programa CMU-Portugal insere-se no conjunto de acções que o Governo está a desenvolver para o fortalecimento da cooperação científica e tecnológica com instituições de reconhecido mérito internacional, de uma forma que venha potenciar projectos inovadores que contribuam efectivamente para reforçar a capacidade científica e de formação avançada em Portugal.
A nossa Universidade vê reconhecida a sua importância ao ter sido uma das escolhidas para esta parceria. O futuro está nas nossas mãos...Não desperdicemos, pois, estas oportunidades.

OE 2007

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A tradição organizacional portuguesa deu sempre menos atenção ao desafio da produtividade, quer no sector privado, quer no sector público.
No primeiro, a preferência pela ausência de concorrência, desde os bens aos serviços, deu maior prioridade à captação de subsídios ou de licenças do Estado e no segundo conhece-se mal o próprio conceito de custo, especialmente nas empresas públicas cujos orçamentos acabam por ser supridos pelo Estado, aumentando a dívida pública.
Compreende-se, assim, que os indicadores actuais de produtividade do nosso país estejam próximos de apenas 60% da média comunitária.
A proposta de Orçamento de Estado para 2007, ao reduzir a despesa pública em 2,4% do PIB de 2005 para 2007 ( 47,8% para 45,4% ) insere-se no plano traçado e permitirá melhorar a qualidade de serviços prestados pelo sector público desde que se estabeleçam os necessários programas de melhoria da eficiência dos organismos e dos processos actuais.
Luis Valadares Tavares
Presidente do Instituto Nacional de Administração
in Diário Económico de 25 de Outubro de 2006

Máximas e reflexões

Publicada por José Manuel Dias


1. Nos homens, noventa por cento da satisfação, resulta da ideia que os outros homens fazem deles.
2. Algumas pessoas consideram o louvor ao mérito alheio como lesivo do mérito próprio.
3. Os trambolhões que os filhos dão na vida são muitas vezes devidos à cegueira do amor dos pais.
4. A pontualidade é uma condição importante da integridade de carácter.
5. A esperteza é a inteligência dos estúpidos.
6. A vida de um homem de juízo é a resultante de muitas renúncias.
7. Quando perderes, não percas a lição.
8. A razão para ser razão precisa de ser entendida.
9. Nunca te esqueças do ABC do êxito: competência, oportunidade, coragem.
10. Uma economia cresce quando os cidadãos produzem, não quando o governo gasta.
11. Todo o empréstimo que pede um governo, a prazo traduz-se num imposto para os cidadãos.
12. A consciência humana, em geral, termina no ponto em que principia o interesse.
Esolhidas ao acaso e com um único propósito: suscitar uma pequena reflexão sobre a vida, as atitudes os valores e os comportamentos. Fica feito o desafio.
Recolha baseada nos seguintes livros "Pequeno Livro de Instruções para a Vida". Vols I, II e III, Gradiva, Lisboa e " A contas com a Ética Empresarial", José Manuel Moreira, Principia, Cascais.

Comunicação

Publicada por José Manuel Dias


1. O que se quer dizer.
2. O que realmente se diz.
3. O que a outra pessoa ouve.
4. O que a outra pessoa ouve à luz do que quer ouvir.
5. O que a outra pessoa ouve à luz da sua experiência.
6. O que a outra pessoa diz que você disse e, depois, faz em função disso.
7. O que pensa que a outra disse - acerca do que você disse.

Novo Estatuto do gestor público - mais rigor e transparência

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O Conselho de Ministros de 19 de Outubro aprovou, na generalidade, um diploma que institui o novo regime do Gestor Público integrado e adaptado às circunstâncias actuais, que abrange todas as empresas públicas, independentemente da respectiva forma jurídica, e que fixa sem ambiguidades o conceito de gestor público, definindo o modo de exercício da gestão no sector empresarial e as directrizes a que a mesma deve obedecer.
Relevam-se os padrões elevados de exigência, rigor, eficiência e transparência, os quais deverão ser também decorrência de uma ética de serviço público que não pode ser afastada apenas pelo modo empresarial de organização da actividade e da prossecução de finalidades públicas ou, pelo menos, com interesse público. Procede-se, de igual modo, à consagração do princípio da contratação da gestão assente em objectivos quantificados. Do cumprimento dos objectivos dependerá a remuneração dos gestores assente em rigorosa avaliação, nos termos de Resolução do Conselho de Ministros. Eliminam-se , ainda, as regalias e benefícios respeitantes a planos complementares de reforma.
A situação das contas públicas obriga a repensar o modo de funcionamento do Estado. A todos se exige, rigor e contenção, eficiência e eficácia, na gestão da "coisa pública". As gerações mais novas reclamam empenho na prossecução do desiderato perseguido : finanças públicas sãs e equilibradas.

Saber avaliar as situações

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O que perturba os homens não são as coisas, mas os juízos que os homens formulam sobre as coisas. A morte, por exemplo, nada é de temível - e Sócrates, quando dele a morte se foi aproximando, de maneira nenhuma se apresentou a morte como algo de tremendamente terrível. Mas no juízo que fazemos da morte, considerando-a temível, é que reside o aspecto terrível da morte. Quando somos hostilizados, contrariados, perturbados, atormentados e magoados, não devemos sacar as culpas a outrem, mas a nós próprios, isto é, aos nossos juízos pessoais e mais íntimos. Acusar os outros das suas infelicidades é mera acção de um ignorante; responsabilizar-se a si próprio por todas as contrariedades é coisa de um homem que começa a instruir-se; e não culpabilizar ninguém nem tão pouco a si próprio, então, sim, então é já feito de um homem perfeitamente instruído.
Epicteto, filósofo, Roma ( 55-135) in 'Manual'

O orçamento e os números

Publicada por José Manuel Dias


O Estado para levar a cabo as suas tarefas tem que elaborar um Orçamento. Trata-se de um documento onde estão previstas todas as despesas que vai ter e onde se identificam as receitas previstas. Quando o Estado não consegue arrecadar receitas suficientes para cobrir todas as despesas a realizar, como tem sido recorrente no nosso país, tem necessidade de contrair empréstimos. Estes empréstimos, denominam-se Dívida Pública, porque são contraídos pelo Estado, entidade representativa de todos os cidadãos. Quanto maior for a Dívida Pública maior é a penalização das gerações mais jovens pois têm de amortizar dívidas que não contraíram.
Com base da proposta de Orçamento de Estado para 2007, analisemos, então, quais são as despesas previstas e como se vão financiar. Estão inscritas no Orçamento as seguintes despesas:
valores em milhões de Euros
Funções sociais ( Educação, Saúde, Segurança e Acção Sociais, Habit. e Cultura ) - 26.803,4
Funções de soberania ( Adm. Pública, Def. Nacional, Segurança e Ordem Pública) - 6.245,5
Funções económicas ( Agricult. e Pesca, Ind. e Energia, Transp. Comunicações, Com. e Turismo) - 1.754,7
Outras funções (inclui juros da Dívida Pública) - 9.859,9
O total de despesas atinge o valor de 44.699,50
De onde virão as receitas para financiar estas despesas ? Basicamente dos impostos, conforme se discrimina:
Impostos - 34.771,6
Transferências - 1.025,4
Venda de bens e serviços - 409,9
Rendimentos propriedade - 312,7
Txas e Multas - 572,0
As receitas estimadas para 2007 atingem um total de 37.129,65.
Conforme se pode verificar o Estado continua a gastar mais do que o que recebe, gerando um défice orçamental de 7.569,85 que tem de ser coberto pela Dívida Pública. Os esforços levado a cabo pelo Governo tendentes ao controlo da despesa pública traduziram-se, entretanto, numa diminuição do peso das despesas com pessoal. É possível, assim, perspectivar a redução do peso da despesa pública no PIB de 46,3% para 45,4%, a maior redução dos últimos 30 anos. O Ministro das Finanças fixou como objectivo para o défice público 3,7% do PIB. As reformas estão a dar os primeiros resultados mas ainda são muito incipientes para sossegarmos os mais novos que são, em última análise, quem vai ter de " pagar a factura", da acumulação de défices, sem poderem invocar os denominados "direitos adquiridos".

Planear o dia

Publicada por José Manuel Dias


Aquele que todas as manhãs planeia as transacções do dia e segue esse plano, dispõe de um fio condutor que o guiará através do labirinto da vida, por mais ocupada que essa seja.
A distribuição ordenada do tempo é como um raio de luz que ilumina todas as ocupações. Mas quando não se estabelece um plano, quando se deixa a distribuição do tempo apenas ao acaso, não tardará a reinar o caos.
Victor Hugo, romancista e poeta francês ( 1802-1885)

PRACE

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A nova moldura organizativa da Administração Pública, que implica o fim de 188 serviços do Estado, merece, de acordo com notícia do Semanário Sol de sábado passado, o apoio do Presidente da República.
As 14 novas leis orgânicas dos ministérios e o diploma que define as regras de extinção, fusão e reestruturação foram promulgados na semana passada. Depois do "sim" de Cavaco Silva, os diplomas vão agora ser publicados em Diário da República.
É o passo que faltava para efectivar o Programa de Reestruturação da Administração Cental do Estado (PRACE). Quando apresentou o PRACE, em Março deste ano, o Governo anunciou que dos actuais 518 serviços da administração Pública, 246 seriam extintos, 271 seriam mantidos e seriam criados 60 novos serviços, restando assim 331. As extinções não podem levar mais de 40 dias úteis e as fusões e reestruturações não durarão mais de 60 dias úteis.
Começa agora verdadeiramente, a grande reforma da administração pública. Racionalizar estruturas. Extinguir serviços inúteis ou redundantes. Mexer nas carreiras, nas condições remuneratórias, nos vínculos. Incentivar a mobilidade. Libertar recursos excedentários. Avaliar, premiar e penalizar. Flexibilizar e motivar para agilizar. Dar mais poderes às hierarquias, responsabilizando-as pela concretização dos objectivos. Claro que todas estas mudanças serão geradoras de incómodos mas os bons funcionários ( verdadeiros servidores do público) sabem que a introdução de uma cultura de exigência e rigor, não pode deixar de premiar os mais capazes e desassossegar as mediocridades instaladas.
Estas mudanças terão natural contestação de alguns que privilegiam o imediato, com a manutenção dos "direitos adquiridos", negligenciando a segurança do futuro, mas o Governo garante que a reforma da administração pública vai ser para melhor. Todos sabemos, no entanto, que em todos os processos de mudança antes de melhorar a tendência é para piorar. O que importa, no entanto, é o resultado final. Os portugueses sabem que o que tem que ser feito, quanto mais tarde pior e perdoam o "mau sabor do remédio" pelo resultado obtido. Esperam, por isso, que o Governo faça o que tem que fazer. A bem de todos.

Ética e Negócios

Publicada por José Manuel Dias


Mas não será altura de perguntar o que é verdade? É algo real ou fictício, convencional e relativo ou absoluto? Por que razão há que "andar em verdade" nos negócios? Até que ponto se pode ocultar dados? Até que ponto a verdade se deve dizer? Terá o povo razão quando diz que "calar a verdade é enterrar o ouro" ou tão só quando previne "não digas o que sabes sem saber o que dizes"?
Será que continuam a ser verdadeiras as máximas de outros tempos?
"Para tratar de negócios com êxito é preciso ter da sinceridade apenas a aparência"; "Na vida mercantil é melhor ser esperto que inteligente"; " O queijo da riqueza é mais acessível aos ratos que às águias"; " A simpatia nas pessoas é apenas uma credencial da diplomacia psicológica",
Ou será que nos tempos que correm tais máximas devem ser substituídas por outras mais verdadeiras?
"Se não mentes e entregas o combinado a tempo, além de oferecer qualidade e preço, será difícil que fracasses numa empresa"; "Não ponhas em causa a tua honorabilidade, os princípios, a tranquilidade e o bom nome por um ganho mal feito"; "Pedir as coisas por favor e agradecer não é só cortesia, também melhora a tua economia".
Retirado do Livro "A contas com a Ética empresarial", pág. 57,58, José Manuel Moreira, Principia, Cascais (1999)
Será que os negócios podem ser éticos? Será que existe uma grande diferença entre a teoria (o que se deve fazer) e a prática (o que se faz na realidade)?. Será que todas as empresas são ética e socialmente responsáveis ?

O valor do exemplo

Publicada por José Manuel Dias



Não há modo de mandar, ou ensinar mais forte, e suave, do que o exemplo: persuade sem retórica, impele sem violência, reduz sem porfia, convence sem debate, todas as dúvidas desata, e corta caladamente todas as desculpas. Pelo contrário, fazer uma coisa, e mandar, ou aconselhar outra, é querer endireitar a sombra da vara torcida.
Manuel Bernardes, (1644-1710) in 'Luz e Calor'

Aplausos

Publicada por José Manuel Dias


Foram hoje formalmente assinados os protocolos que marcam a colaboração entre o Estado Português e o MIT, com um programa definido para os próximos cinco anos em quatro áreas consideradas estratégicas. Durante a cerimónia que decorreu hoje ao final da manhã no Centro Cultural de Belém, o primeiro ministro José Sócrates salientou que este é um momento de viragem para Portugal, as Universidades e a comunidade científica, marcado pela vontade de internacionalização e a aposta na ligação entre Universidades e Empresas.
O primeiro ministro sublinhou a ligação que existe entre o Plano Tecnológico e a vontade deste Governo investir no Conhecimento e na Ciência e lembrou que o Governo aumentou em 64 por cento o orçamento disponível em 2007 para a área da Ciência, apesar de estar a reduzir a despesa do Estado. José Sócrates adiantou ainda que no próximo Quadro de referência Nacional, para o período de 2007 a 2013, Portugal vai aumentar para 37 por cento a alocação de recursos financeiros provenientes da EU para a área da formação, numa subida significativa em relação aos 24 por cento alocados anteriormente. “Este é um ponto de viragem mas englobado num ambiente geral para melhorar o factor de atraso no domínio da educação conhecimento potencial cientifico”, contextualizou o primeiro ministro, salientando que a boa concretização do acordo hoje assinado já não está nas mãos dos políticos mas sim nas Universidades e na comunidade científica.

Palavras que impõem respeito

Publicada por José Manuel Dias

Várias leis foram elaboradas com o fim de combater a corrupção, várias experiências foram tentadas, várias iniciativas foram tomadas, mas a corrupção está aí, tão viva como sempre, minando a economia, corroendo os alicerces do Estado democrático.
Se é verdade que a ordem jurídica não se pode confundir com a ordem ética, a verdade é que em cada povo e em cada época tem de existir aquele mínimo de valores éticos a respeitar e subjacentes à feitura e aceitação das leis.
É, aqui, penso, que se coloca um dos pontos-chave da luta contra a corrupção em Portugal. É fundamental a criação de um juízo de censura, de um desejo de punibilidade existente na consciência moral do homem médio que por isso deve ser sensibilizado para o problema.
Fernando Pinto Monteiro, novo procurador-geral da República (PGR), discurso da tomada de posse, 9 de Outubro de 2006

O que podemos aprender com os gansos(*)

Publicada por José Manuel Dias


Quando, por exemplo, um ganso bate as asas voando numa formação em V, cria um vácuo para a ave seguinte passar, e o bando inteiro tem um desempenho setenta e um por cento melhor do que se voasse sozinho. Sempre que um ganso sai da formação, sente, subitamente, a resistência do ar, por tentar voar sozinho e, rapidamente, volta para a referida formação, aproveitando o vácuo da ave imediatemente à frente.
Quando um ganso líder se cansa, passa para trás e de pronto outro assume o seu lugar, voando para a posição da ponta.
Na formação, os gansos que estão atrás grasnam para encorajar os da frente a voar mais depressa. Se um deles adoece, dois gansos abandonam a formação e seguem o companheiro doente, para o ajudar e proteger. Ficam com ele até que esteja apto a voar de novo ou venha a morrer. Só depois disso voltam ao procedimento normal, com outra formação ou atrás de outro bando.
A lição dos gansos:
Pessoas que partilham um direcção comum e senso de comunidade podem atingir mais facilmente os objectivos que pretendem.
Para os atingir, é necessário estar junto daqueles que se dirigem para onde queremos ir, dando e aceitando ajuda.
Precisamos de assegurar que o nosso «grasnido» seja encorajador para a nossa equipa e que ajude a melhorar o seu desempenho.
(*) Título do livro, donde foi retirado este excerto, Autor Alexandre Rangel, Casa das Letras, Lisboa (2006).

Instruções para a vida

Publicada por José Manuel Dias


1. Fala devagar, mas pensa depressa.
2. Lembra-te que no preciso momento em que disseres «Desisto» haverá alguém, perante a mesma situação, dirá «Boa! Que grande oportunidade!».
3. Sê rápido a tirar proveito duma vantagem.
4. Quando estiveres a reclamar os teus direitos, não te esqueças das tuas responsabilidades.
5. Participa nas actividades da tua autarquia. Como alguém disse, «A política é demasiado importante para ser deixada a cargo dos políticos.».
6. Avalia o teu sucesso por aquilo que tiveste de prescindir para o obteres.
Seleccionado do " Pequeno Livro de Instruções para a Vida - volume II" de H. Jackson Brow, JR, Editora Gradiva, Lda, Lisboa (1997). De acordo com o autor o livro, que começou por ser um presente para o filho, agrega algumas reflexões e conselhos que representam " tudo o que aprendera sobre o modo de viver uma vida recompensadora e feliz ". Gostei . Justifica-se a partilha.

Combater a corrupção

Publicada por José Manuel Dias

"Os fenómenos de corrupção, peculato e tráfico de influências têm-se reproduzido com indesejável facilidade nas autarquias.
As autarquias são, segundo o seu estatuto legal, « formas de organização descentralizadoras de organização democrática do Estado» e visam «a prossecução dos interesses próprios das populações», aplicando, para tal, receitas provenientes dos impostos recolhidos pelo Poder Central.
O problema é que, por vezes, a concentração de poderes no autarca, aliados a um défice de uma fiscalização eficaz, tem dado origem a uma série de desvios dos objectivos autárquicos, muitas vezes através de modos de exercício corrupto do poder, com apropriação ilícita de valores, participação económica ilegal em negócio, e em estritos actos de corrupção. Aliás, não é por acaso que uma sondagem recente, feita pela empresa Marktest para o jornal Diário de Notícias. com uma amostra de 811 indivíduos, revela que 78,2 % dos inquiridos considera que « a corrupção é um mal generalizado nas autarquias portuguesas»."
Maria José Morgado, José Vegar, "O inimigo sem rosto - Fraude e corrupção em Portugal", pag. 73, Publicações D. Quixote, Lisboa (2003)
" Olhando para a República portuguesa, prestes a comemorar cem anos de existência, não poderemos deixar de notar que o comportamento ético de muito dos nossos concidadãos, incluindo alguns daqueles que são chamados a desempenhar cargos de relevo, nem sempre tem correspondido ao modelo ideal de civismo republicano."
Aníbal Cavaco Silva, discurso de 5 de Outubro de 2006
"Os autarcas foram os especiais visados do primeiro discurso de Cavaco Silva sobre o 5 de Outubro centrado no tema da corrupção. O presidente da República quis chamar a atenção "de uma forma particularmente incisiva" dos responsáveis pelo Poder Local para o papel que têm no combate à corrupção e degradação da qualidade da democracia. A corrupção foi o tema eleito pelo chefe de Estado e a interpelação dirigiu-se a "todos", mas "em primeira linha aos titulares de cargos públicos". Entre estes, Cavaco citou em particular os autarcas, sublinhando que "a transparência da vida pública deve começar precisamente onde o poder do Estado se encontra mais próximo dos cidadãos".
“Mensagem de extrema importância (...) em especial para os tribunais”, diz a magistrada Maria José Morgado. “Incentivo oportuno que não pode ser ignorado”, diz o deputado socialista João Cravinho, autor de propostas de lei anticorrupção. "
Jornal de Notícias de 6 de Outubro de 2006.

Portugal é líder mundial

Publicada por José Manuel Dias


O sector da cortiça ocupa lugar de destaque no panorama industrial português, sobretudo pelo seu valor estratégico, que é derivado, basicamente, do papel privilegiado que Portugal detém em termos de matéria - prima - o sobreiro - e da sua transformação, nomeadamente no seu principal produto que é a rolha.
O sobreiro tem uma longa vida, de 150 a 200 anos, tornando-se produtivo ao fim de 25 anos. Ao processo de extração da cortiça dá-se o nome de descortiçamento. Em média, cada sobreiro dá 16 descortiçamentos, sempre de 9 em 9 anos. Após a extração, inicia-se o processo de fabrico de diversos produtos, sendo o principal, no qual Portugal dispõe de liderança absoluta em termos de quota de mercado mundial, a rolha.
Michael Porter, no seu estudo sobre a economia portuguesa, considerou este sector como um cluster", ou seja, um dos principais pólos de competitividade da economia portuguesa.
O sector dos vinhos consome a nível mundial 13,5 mil milhões de rolhas de cortiça, refere o semanário Sol, de 30 de Setembro p.p.. A cortiça domina o mercado de vedantes para o vinho com uns expressivos 79,4%, correspondendo, no caso português, a exportaçõe de 874 milhões de euros, segundo dados a APCOR, Associação Portuguesa de Cortiça, relativos a 2004.
As rolhas de cortiça estão, no entanto, a perder terreno para outros vedantes (cápsulas de alumínio e de plástico). A Associação Portuguesa de Cortiça sentiu, por isso, a necessidade de promover o uso da rolha e, em parceria com o ICEP, contratou José Mourinho, treinador do Chelsea, para recuperar os mercados do Reino Unido. " If it´s not a real cork, take a walk" é a frase do cartaz que associa o José Mourinho a uma rolha de cortiça natural. Uma campanha com efeitos positivos e que tem ajudado a combater vedantes alternativos à rolha de cortiça. Os portugueses sabem que um bom vinho merece uma boa rolha...Têm, por isso, a reponsabilidade de "avisar toda a gente", a bem da nossa economia.

Paradoxo de Abilene

Publicada por José Manuel Dias


Trata-se de um paradoxo que foi mencionado pela primeira vez pelo psicólogo americano Jerry Harvey.
Harvey reparou que os grupos ( família, colegas de trabalho...) tomam, por vezes, decisões que os seus membros, enquanto seres individuais, considerariam insensatas.
O grupo concorda em fazer uma coisa porque cada indivíduo sabe que pode recusar qualquer responsabilidade pela iniciativa do grupo. Nas organizações, não raras vezes, são implementadas acções sob a capa do consenso que traduzem o contrário do sentir da larga maioria dos seus membros. Tomam-se decisões erradas e ineficazes porque o nível de comunicação entre os membros é ineficiente e, muitos deles, não exprimem, de modo aberto, os seus pontos de vista com receio da censura e do eventual conflito com os respectivos líderes.
Quem já não vivenciou uma situação desta natureza? Quem não conhece organizações em que estas situações ocorrem com frequência excessiva?