O governo quer aumentar o número de médicos no sector público da Saúde através da abertura de mais vagas nas universidades, da identificação de estudantes portugueses no estrangeiro e da contratação de médicos de outros países, anunciou hoje a ministra da Saúde, Ana Jorge, durante a apresentação do Relatório Primavera 2008, do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, que alerta para a saída de muitos profissionais para o sector privado.
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Perante estas conclusões, a titular da pasta da Saúde lembrou que se está, neste momento, "a sofrer as consequências do número diminuto de alunos que entrou para as faculdades de Medicina nos anos 80 e no início dos anos 90, ao mesmo tempo que se faz sentir um número elevado de pedidos de reformas antecipadas, a que legitimamente os profissionais têm direito". De acordo com a governante, está a aumentar "o número de alternativas para o exercício privado da medicina, principalmente nos grandes centros urbanos, que se tornam financeiramente atractivas para os médicos, enquanto permanece a indefinição do seu futuro profissional no sistema público".De acordo com o Governo, a resposta para este problema passa por "aumentar progressivamente o número de alunos nos cursos de medicina e ter a capacidade de atrair mais médicos ao (...) Serviço Nacional de Saúde, seja pela identificação de estudantes portugueses no estrangeiro ou pela contratação de médicos provenientes de outros países", disse Ana Jorge.
O número de novos médicos tem continuado abaixo das necessidades o país. António Guterres procurou inverter esta realidade. Abriu uma nova Faculdade de Medicina e aumentou o número de vagas no ensino superior. A realidade demonstra que essas medidas foram insuficientes. O número de candidatos ao Curso de Medicina é muito superior ao do número de vagas abertas, obrigando parte expressiva de candidatos a procurar colocação em Universidades estrangeiras ou a optar por outros cursos. Seria curioso saber que grupos é que tentam criar dificuldades aos jovens portugueses no acesso a esta profissão. O Estado não deve obstaculizar o acesso a esta profissão. Aplaudimos, por isso, a intenção da Ministra da Saúde de "abrir mais vagas nas Universidades".
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