Subprime à portuguesa

Publicada por José Manuel Dias


Ontem fui a uma loja de electrodomésticos de manhã e estava uma televisão ligada com um homem a perguntar se já havíamos recebido o reembolso do IRS, para acrescentar: - Não espere mais! Seguindo-se um flash com a designação I.R.YES!. Trata-se de um anúncio de empréstimos até 5.000 € com prestações de 152,25 € por mês da empresa Capital +. Entretanto, uma outra empresa deste tipo de créditos, a Cofidis, lançou uma campanha na televisão de grandes dimensões, rivalizando com as campanhas tipicamente maiores de telemóveis, carros, etc. O desenvolvimento deste tipo de negócios está intimamente relacionado com a crise e, em particular, com os problemas orçamentais dos menos abastados.
Acontece que os menos abastados a quem estas campanhas se dirigem são também pessoas com menores conhecimentos de contabilidade financeira e não sabem desde logo que estão a pagar altíssimas taxas de juro. Este é um caso típico em que alguma autoridade deveria intervir para regular o mercado. É um mercado de subprime logo, como sabemos todos muito bem agora, é um mercado que precisa de muita atenção. Essa maior atenção terá de ser feita pelo ministério das Finanças e pelo Banco de Portugal e eventualmente precisará de nova legislação.
[...]
Não se trata de dizer coitadinhos dos pobrezinhos, pois muitos sabem muito melhor do que os abastados como se governarem e imagino o mau nome que estas empresas devem ter junto de muitos. Mas trata-se de moralizar o mercado e defender aqueles que apesar de tudo acabam por cair nestas esparrelas.
Um artigo oportuníssimo de Pedro Lains, para ler na íntegra aqui.

2 comentários:

  1. Carla disse...

    gostei da tua chamada de atenção
    bom fim de semana
    beijos

  2. mdsol disse...

    também existe subtime? Só perguntei...
    :)