Há por aí uns tantos que se queixam do preço dos combustíveis. E o que fazem? Vão gastar mais combustível, numa marcha lenta, buzinando para que o "estado papá" os ouça e lhe reforce a mesada. Deveriam era atentar no que diz o Porfírio Silva:
Numa reflexão mais cuidada compreenderíamos o porquê destas perturbações no preço dos combustíveis:
- Se um chinês ou um indiano produzem o mesmo que um ocidental parece legítimo que aspirem a viver melhor;
- Se 5 em cada 100 indianos tiver direito a um frigorífico, o alumínio esgotar-se-á no planeta;
- Se 2 em cada 100 chineses trocarem a bicicleta por um automóvel, a produção do petróleo é insuficiente para responder a este acréscimo de consumo;
- Os Estados Unidos têm 4% da população do Mundo mas consomem quase 1/4 da produção de petróleo;
- Existe uma produção estimada de 81 a 85 milhões de barris por dia para um consumo estimado de 84 a 87 milhões de barris ;
- Se a a China acelerar a sua industrialização, e tem todo o direito de o fazer, calcula-se que as necessidades mundiais de petróleo subirão 10% até ao final da década;
- Como é sabido, os recursos mundiais são limitados e se " o jantar é o mesmo, mas as pessoas sentadas são em maior número, se queremos manter harmonia, teremos de nos contentar com menos".
Podem, pois, buzinar, aqui no nosso cantinho, culpar este governo ou a Galp, mas ali ao lado, em Espanha, em França ou na Alemanha, ou lá mais longe, na Argentina ou no Canadá, o problema é o mesmo. Uma nova ordem internacional desponta, estamos a fazer, o que muitos dos que buzinam reclamaram durante décadas: uma mais justa redistribuição de rendimentos à escala mundial. Não há volta a dar, só temos uma saída: poupar. Copiemos, pois, o exemplo do Porfírio Silva.
Parabéns, é sempre tão bom ler opiniões sensatas. Fazem menos ruído que buzinões, mas ainda assim muito mais acertadas. Sofia