Novas políticas públicas

Publicada por José Manuel Dias


Mesmo os mais distraídos terão já tido conhecimento que, na área dos Cuidados Primários de Saúde, se processa uma espécie de revolução de veludo, com a criação e disseminação das Unidades de Saúde Familiar (USF). No fundo, esta revolução vem reconhecer que a excessiva institucionalização da prestação de cuidados primários de saúde tem mais desvantagens do que benefícios. Mas, mais exemplar do que os aparentes bons resultados desta iniciativa, parece ser a metodologia adoptada para a implementar. A estratégia adoptada baseia-se na adesão voluntária dos profissionais e no reconhecimento do seu direito a escolher com querem fazer equipa (médicos, enfermeiros, administrativos e outros técnicos de saúde) para assegurarem os cuidados a uma população mais alargada do que a que cobririram sob o regime convencional dos Centros de Saúde tradicionais e à introdução de incentivos que permitam alinhar os objectivos de cada uma das Unidades com as necessidades das populações que servem. O número de USF tem vindo paulatinamente a crescer e aproximar-se-á das 250 no final deste ano. Este bom exemplo de desenho e implementação de políticas públicas não é, infelizmente, replicado noutras áreas...
Artur Vaz, no site da SEDES, aqui.
Estes bons exemplos deviam multiplicar-se. É possível fazer melhor com os mesmos (ou menos) recursos desde que se elimina o "espírito de funcionário público" e se assuma o papel de "servidor público". A larga maioria dos utentes está satisfeito com as USFs. Eu sou um deles. Das duas vezes que tive que aceder aos serviços públicos de saúde a prestação foi excelente.

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