Mesmo os mais distraídos terão já tido conhecimento que, na área dos Cuidados Primários de Saúde, se processa uma espécie de revolução de veludo, com a criação e disseminação das Unidades de Saúde Familiar (USF). No fundo, esta revolução vem reconhecer que a excessiva institucionalização da prestação de cuidados primários de saúde tem mais desvantagens do que benefícios. Mas, mais exemplar do que os aparentes bons resultados desta iniciativa, parece ser a metodologia adoptada para a implementar. A estratégia adoptada baseia-se na adesão voluntária dos profissionais e no reconhecimento do seu direito a escolher com querem fazer equipa (médicos, enfermeiros, administrativos e outros técnicos de saúde) para assegurarem os cuidados a uma população mais alargada do que a que cobririram sob o regime convencional dos Centros de Saúde tradicionais e à introdução de incentivos que permitam alinhar os objectivos de cada uma das Unidades com as necessidades das populações que servem. O número de USF tem vindo paulatinamente a crescer e aproximar-se-á das 250 no final deste ano. Este bom exemplo de desenho e implementação de políticas públicas não é, infelizmente, replicado noutras áreas...
Artur Vaz, no site da SEDES, aqui.
Estes bons exemplos deviam multiplicar-se. É possível fazer melhor com os mesmos (ou menos) recursos desde que se elimina o "espírito de funcionário público" e se assuma o papel de "servidor público". A larga maioria dos utentes está satisfeito com as USFs. Eu sou um deles. Das duas vezes que tive que aceder aos serviços públicos de saúde a prestação foi excelente.
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