Poupar e ganhar

Publicada por José Manuel Dias


Os anúncios da administração pública vão deixar de ser obrigatoriamente publicados na imprensa, segundo um decreto-lei que o Governo está a ultimar e a que o PÚBLICO teve acesso. O Estado deverá poupar mais de dez milhões de euros por ano, mas a decisão é encarada com apreensão pelas empresas jornalísticas. "Será muito grave se for feito sem se pensar nas consequências", disse ao PÚBLICO o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa (API), João Palmeiro, segundo o qual o Governo se comprometeu a não finalizar o processo sem ouvir o sector. O fim da obrigatoriedade de publicar em jornais de anúncios de centenas de actos legislativos e regulamentares da administração pública está previsto no decreto-lei que cria o Portal dos Anúncios Públicos, o qual está a ser ultimado pelos gabinetes dos ministros das Finanças, Presidência, Justiça e Assuntos Parlamentares.
Fonte:Jornal Público,
aqui.
A racionalização das despesas públicas justifica esta medida. Agora, há que pensar nas consequências...Quem dá (muita publicidade) é amigo. E quem não dá? São conhecidos conflitos entre anunciantes e jornais relativamente ao tipo e qualidadade de informação que veiculam, levando mesmo, em alguns casos, à decisão de cancelar contratos de de publicidade. Pode dizer-se, por isso, que esta medida para além de gerar poupanças nos gastos do Estado, torna a imprensa menos dependente do Estado. Todos ficam a ganhar.

1 comentários:

  1. Paulo Jorge Sousa disse...

    Os anúncios públicos obrigatórios - como tribunais e registos notariais - há muito foram retirados da imprensa regional e não ouvi ninguém do sector, como o sr. João Palmeiro - que vive à custa dos grandes nomes da imprensa nacional e é vê-lo apenas em actos públicos ou no Casino de Estoril -, a levantar a voz pela sobrevivência destes periódicos; estes sim, com grandes dificuldades económicas, a maioria na desgraça, feitos sem profissionais e apenas por um ou outro altruísta como segunda ocupação ou então por um grupo económico com perspectivas políticas. Há que colocar o dedo na ferida e deixar-se de hipocrisias. O jornalismo continua de luto e cada vez mais cairá no marasmo...