Havia, pois, uma possibilidade de o PS ter ficado ferido nesta história da avaliação dos professores. No Parlamento, o CDS apresentou um projecto que propunha a suspensão da avaliação. Como se esperava que poderia haver alguns deputados socialistas que não alinhariam com o seu próprio partido (e, de facto, houve: seis que votaram a favor do adversário, uma que se absteve e 13 que faltaram), compreende-se que a oposição se tenha preparado para a votação: "A bancada foi toda mobilizada", disse dos seus Paulo Rangel, chefe dos deputados do PSD. Porém, a moção da oposição perdeu. E lá se gorou uma oportunidade de se beliscar o Governo... E que sucedeu, o que foi? 30 em 75 deputados (40%, um quinhão enorme!) do PSD faltaram ao rebate. Cito Rangel, outra vez: "A bancada foi mobilizada. Depois, cada um assume a sua responsabilidade." Está aí o busílis: a auto-avaliação não funciona. E o que fez a líder do PSD, o que foi? Chamou Paulo Rangel para lhe pedir explicações. Isto é, fez exactamente aquilo que é preciso nas escolas: pedir explicações aos directores quando os professores não funcionam.
Ferreira Fernandes, No Diário de Notícias, aqui.
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