Crédito mal parado

Publicada por José Manuel Dias


O crédito malparado aumentou 21 por cento em Junho, ao ritmo mais alto em 4 anos, mas continuando a valer 2 por cento do total dos empréstimos concedidos a particulares, segundo dados do boletim estatístico do Banco de Portugal.O valor de empréstimos concedidos subiu 9,3 por cento, para 132,4 mil milhões de euros, no sexto mês do ano, ao ritmo mais baixo dos últimos 10 meses. Ao mesmo tempo, o crédito de cobrança duvidosa, aumentou 20,6 por cento, face a igual mês de 2007, ao ritmo mais alto desde Junho de 2003. Tanto os empréstimos como o mal parado encontram-se aos níveis mais elevados de sempre (desde a criação da série que remonta a Dezembro de 1979), mas o peso do crédito mal parado no conjunto dos empréstimos concedidos tem-se mantido relativamente estável, à volta dos 2,0 por cento.
Apesar da subida das taxas de juro no mercado monetário, desde meados de 2005, os portugueses não têm aumentado significativamente o seu grau de incumprimento. Do conjunto do mal parado dos particulares, 54 por cento é relativo à habitação e 25 por cento é de crédito ao consumo.
Fonte: Jornal Público,
aqui.
O crédito mal parado (ou crédito vencido) tem subido em termos absolutos de forma significativa. Que explicação pode ser dada? Haverá casos resultantes de situações de desemprego, divórcio e doença (os 3 D's) mas, também, teremos de considerar que muitas vezes se assumem responsabilidades sem ponderar cenários menos favoráveis, como o do aumento das taxas de juro. De qualquer modo, a nosso ver, a responsabilidade desta situação deve ser partilhada pelo Banco que tomou riscos indevidos e pelos clientes relapsos que agora são confrontados com situações de cobrança litigiosa.

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