Por favor, não digam que eu mando

Publicada por José Manuel Dias


Ontem, o jornal Público contou a revolução que é haver, nas escolas secundárias, director em vez do Conselho Executivo, colectivo e vago. O jornal foi a uma escola e descreve a entrada do gabinete do novo director: "A placa na porta continua a anunciar 'Conselho Executivo', e não é por acaso." O novo director explicou esse não acaso: "A palavra 'director' tem um peso histórico que perturba as pessoas. " Temos assim uma revolução que, para não perturbar, pára à porta. No ano passado, a revista brasileira Veja entrevistou a secretária de Estado da Educação de São Paulo, Maria Helena Castro (sob a alçada dela, 250 mil professores, cinco milhões de alunos). Ela fez um estudo e encontrou "um factor comum a todas as escolas de nota 10 [as melhores]": "Trata-se da presença de um director competente, com atributos de liderança semelhantes aos de qualquer chefe numa grande empresa. Sob a sua batuta, os professores trabalham estimulados e os alunos desfrutam de um clima positivo para o aprendizado. Se tais directores fossem a maioria, o ensino público não estaria tão mal das pernas. Enfim, directores assumidos na placa da porta e para lá da porta.
Ferreira Fernandes, no Diário de Notícias, aqui.
O exercício da autoridade é uma tarefa complexa e muitos demitem-se de a exercer. Nessas condições não cumprem com as suas responsabilidades. Dão uma má imagem de si e da função de que se encontram investidos, penalizando os grupos pelos quais são responsáveis. A propósito da distinção entre autoridade e responsabilidade, permitimo-nos sugerir a leitura deste post aqui.

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