O ano do boi e o consumo correcto

Publicada por José Manuel Dias


Felizmente, para os chineses - um quinto da população mundial - o Ano do Boi que agora se inicia apresenta-se desde já auspicioso. Será mais calmo e estável do que o anterior e, segundo a mitologia, será também um ano produtivo porque o Boi é um bom amigo do homem, é trabalhador e traz alimentação às pessoas. Esperemos que tenham razão.Entretanto, perante a crise, os chineses acautelam-se e discutem se o acto de consumir será ou não antipatriótico. A minha amiga Yi Lin, por exemplo, assaltada por um súbito desejo de poupar, ficou na dúvida depois de um familiar lhe ter assegurado que ele próprio acabara de contribuir para a economia do país ao comprar um telefone móvel e nada menos do que duas máquinas fotográficas - tudo pago com um recém-adquirido cartão de crédito. Estaria ele a cumprir o seu dever enquanto consumidor para ajudar as empresas afectadas pela contracção da procura? Seria esta uma lógica patriótica para ajudar o país em tempo de crise? Yi Lin confidenciou-me que, em sua opinião, as pessoas não devem consumir para além da sua capacidade económica e introduziu o conceito de "consumo correcto", isto é, aquele que não envolve nem excesso de poupança, nem excesso de consumo.
Virgínia Trigo, no Jornal de Negócios, com leitura integral aqui.

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