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Publicada por José Manuel Dias


"Por 2,5 euros - sim, leu bem, são dois euros e meio - os consumidores que estejam a conter as despesas, cêntimo a cêntimo, podem ter acesso a uma refeição constituída por ovo estrelado, salsichas e batatas fritas. As bebidas e sobremesas pagam-se à parte". É assim que começa o artigo de opinião de João Cândido e Silva, publicado no Jornal de Negócios, onde se descreve adaptação de um restaurante aos tempos de crise. De facto os pequenos negócios podem revelar uma grande flexibilidade e adaptação a estes tempos de recessão (dois trimestres consecutivos de contracção no produto interno bruto) mas as empresas com maior dimensão, dependentes do exterior têm problemas acrescidos. Com é referido as suas tesourarias vão estar mais apertadas porque vão receber mais tarde, o risco de aumentarem os incobráveis também vai fazer danos e o acesso ao crédito estará mais dificultado e mais caro quando existir. Porque, como bem diz, os bancos, naturalmente, também querem salvar a pele. É inevitável, no seu entender, uma forte descida no investimento, com efeitos acrescidos sobre o, já causticado, mercado do trabalho e um agravamento da anemia no consumo privado. A questão que suscita é : e depois da crise como estaremos ? A economia portuguesa vai acordar mais endividada, com um Estado mais pesado e ávido por receitas, devido aos remédios que estão a ser aplicados.

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