Burocratização e Simplex

Publicada por José Manuel Dias


De repente, ficou tudo inviável.
Papéis em abundância.
Muita gente esperando, filas, filas...
Carimbos, fichas, formulários, mais carimbos,
Parecer, instância superior, despachos.
Reuniões, reuniões, mais reuniões.
Ruídos, murmúrios, boatos.
Está tudo difícil.
O expediente que não anda.
O fantasma da improdutividade.
O cansaço. A desesperança...É a burocratização!
A burocracia é um dos muitos problemas das organizações e assume particular gravidade na Administração Pública. Neste contexto, o Programa de Simplificação Administrativa, mais conhecido por Simplex, não pode deixar de ser saudado. O recente balanço efectuado pelo Ministro da Administração Interna, evidenciando o que já foi materializado e o que falta ainda concretizar, permitiu conhecer os constrangimentos que ainda têm que ser ultrapassados. Falta aplicar uma em cada 4 medidas previstas ou, dito de outro modo, 3 em cada 4 das medidas contempladas já foram implementadas. Tornar a vida mais fácil para os cidadãos e para as empresas é seguramente uma tarefa muito complexa...

3 comentários:

  1. Migas (miguel araújo) disse...

    Caro José Dias
    Viva
    Se concordo consigo que a simplificação de processos na administração central e local é uma necessidade, a questão é sabermos se as medidas aplicadas são realistas e vão mesmo no sentido das necessidades reais ds cidadãos.
    Contas de mail nos CTT?!
    Selo do carro pela internet, quando só 1/3 da população tem acesso a tal ferramenta e desses 1/3 nem todos a sebem usar correctamente?!
    Diário da República gratuíto?! Ou mais ou menos?!
    Esta é que é a realidade...
    Cumprimentos

  2. José Manuel Dias disse...

    A questão colocada é pertinente...Será que as medidas preconizadas correspondem às verdadeiras necessidades dos cidadãos? Será que as 333 medidas respondem ao essencial? Será que se conseguem eliminar os custos administrativos derivados do cumprimentos de formalidades a quem já ninguém atribui importância? Vejamos alguns dos casos. DR electrónico e acessível a todos os cidadãos - poupança em papel estimada de 3 Milhões de Euros/ano. Renovação de Matrícula no Secundário - 500.000 encarregados de educação que deixam de ter necessidade de se deslocar às Escolas ( alguns dos casos com dispensa do tempo de trabalho). Eliminação das certidões de inexistência de Dívidas - Segurança social e Finaças - quem lida com as empresas sabe as dificuldades de obtenção tempestiva destas declarações. Processamento electrónico de candidaturas ao ensino superior - mais de 300.000 estudantes abrangidos. Simplificação do licenciamento de Obras Municipais - facilitando a racionalização dos recursos e retirando muito dos entraves à fluidez normal dos processos. Fiquemos por aqui...É pouco? Muito pouco mesmo para as necessidades que temos. Parte expressiva do funcionalismo público alimenta-se com muitos dos procedimentos que agora este Governo quer erradicar. Existem, no entanto, muitos constrangimentos a vencer, parte dos quais radicam num modelo de serviço público que está, cada vez mais, desajustado. A racionalidade e a exigência são critérios que devem estar sempre presentes. Só os incompetentes e os que vivem da imagem podem ter receio destas mudanças. Existe, no entanto, um longo caminho pela frente mas para um corredor de maratona, as primeiras passadas não fazem esquecer a meta desejada.
    Mm cumps

  3. EROS disse...

    Por vezes pergunto de o estado alguma vez abdicará da burocracia... é ela que alimenta a máquina do estado.
    Gostava de agradecer a sua visita ao meu espaço...
    Abraço!