Com 94 por cento de adesão em Dezembro, segundo os sindicatos - 66,7 pela nova contagem do Ministério da Educação -, a fasquia para a segunda greve de professores deste ano lectivo, marcada para hoje, está colocada muito alto. Os presidentes dos conselhos executivos ouvidos pelo PÚBLICO optaram por não avançar prognósticos, entre os professores há quem aposte em alta, mas também quem preveja uma quebra.
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A greve de hoje coincide com o segundo aniversário da entrada em vigor do ECD, que está na origem do actual clima de contestação, devido à divisão da carreira docente em duas categorias (professores titulares e não-titulares), à imposição de quotas para aceder à mais elevada, e à criação de um modelo de avaliação com "critérios subjectivos", já simplificado por duas vezes, mas que no "essencial se mantém igual", segundo Nogueira.
Uma coisa é dizer que se é a favor da avaliação - como os Sindicatos dos professores afirmam de forma recorrente - outra, bem diferente, é procurar fazer tudo para que qualquer avaliação, ainda que simplex, seja votada ao insucesso. Somos, por isso, tentados a recuperar as palavras de Isabel Stilwell: "Se é absolutamente legítimo o direito à greve, os pais não podem deixar de estranhar que os professores nunca tenham recorrido a esta forma de luta por questões pedagógicas ou em defesa da qualidade de ensino, mas saiam à rua quando o que está em causa é a possibilidade de serem avaliados (irónico, quando a sua profissão é avaliar os outros...), os escalões e a carreira".
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