Os professores e a violência nas escolas

Publicada por José Manuel Dias


Em vez de encontrarmos nas escolas os modelos, as referências, os princípios e os valores que tanta falta nos fazem, está a acontecer precisamente o contrário. Aumentam as notícias referentes a atitudes violentas de alguns professores e alunos. A primeira conclusão a retirar é que estarão a acontecer falhas graves no processo educativo levado a cabo nas nossas escolas que, obviamente, condicionam a respectiva eficácia. [...]
Em tudo o que respeita à área comportamental de alunos e professores, não nos deve preocupar tanto o que não deve ser feito, mas sim o que é necessário que aconteça, quais os alicerces em que deverá assentar. Sempre pela positiva, nunca pela negativa! A preocupação de quem dirige o processo educativo não deve concentrar-se no eventual erro e sua respectiva punição, mas sim nas atitudes e comportamentos positivos que conduzirão ao sucesso. Segundo Aubrey C. Daniels e James E. Daniels no livro “Measure of a leader”, “não se lidera através de resultados, mas sim para obter resultados. E estes só podem ser obtidos através de comportamentos e atitudes positivas. [...]
Para isso, basta que sejamos capazes de predeterminar quais os comportamentos que consideramos desejáveis, avaliando-os de forma continuada e, caso necessário, avançando gradualmente com as respectivas propostas de modificação.Como me disse, aliás muitas vezes, um dos meus mestres norte- americano, “aplica-lhes o ABC”. ‘tell them the antecedents’ (diz-lhes quais são as regras e princípios a respeitar), ‘watch carefully them behaviors’ (observa-lhes os comportamentos) ‘manage without hesitation the consequences’ (gere com objectividade e sem hesitações as consequências contidas nos actos de cada um).
Jorge Araújo, No Diário Económico, desta data, Violência nas escolas.
Atrevo-me a dizer que este artigo deveria ser de leitura obrigatória para todos os professores. Muitos não precisarão dos ensinamentos que encerra mas uns tantos precisarão deles como de"pão para a boca". Quando não se reunem as competências requeridas para um bom exercício da função é grande a tentação para culpar os outros: os estudantes, os pais e até a Ministra!

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