A China vai manter em 2007 o rápido crescimento económico que atingirá os 10,9% até ao final do ano, previu o Centro de Informação Estatal, um instituto de pesquisa governamental, de acordo com notícia publicada nesta data no jornal financeiro oficial China Securities Journal.
A China caminha a passos largos para se tornar a maior potência económica do mundo, ultrapassando os Estados Unidos. Basta pensar nos números: a China tem um bilião e 300 milhões de habitantes, a Índia anda pelo bilião e só depois temos os Estados Unidos que não ultrapassam os 300 milhões. A China já não se contenta em produzir apenas barato, quer produzir com qualidade. Os chineses vêm apostando nas novas tecnologias e na formação. A competitividade, por via dos baixos custos de produção, e o reforço da qualidade dos produtos que produzem, a par da grande agressividade comercial que evidenciam, têm contribuido para incrementar as suas exportações.
Vivemos, hoje, num mundo que se tornou uma aldeia. A sua presença nota-se, cada vez mais, por todo o lado. Produzem barato e exportam cada vez mais. Neste enquadramento não há volta a dar: ou nos preparamos para competir, criando condições para reforçar a nossa competitividade, ou alguém, vindo de longe, se encarregará de nos mostrar que temos andado iludidos com as "conquistas irreversíveis" ou, para usar uma expressão mais actualizada, com "os direitos adquiridos".
São de facto interessantes os números. No entanto, parece-me ser necessário olhar para os processos...
Na China, os trabalhadores quase não têm direitos.
O lema de governação da Zona de Desenvolvimento Económico de Lishui (uma cidade a sul de Xangai, onde solo agrícola está a ser rapidamente substituído por uma zona industrial com 14,5 km2) é: "Cada pessoa trabalha por duas e o trabalho de dois dias é feito em apenas um".
Os anúncios de oferta de empregos referem que se pretendem homens ou mulheres (as mulheres ganham 70% do que ganham os homens), com 18 a 35 anos, escolaridade média completa, boa saúde, boa qualidade, atentos à higiene, dispostos a sacrifícios e a trabalhar no duro.
Vale a pena ler, a propósito do crescimento económico na China, o artigo "China: cidades instantâneas", na revista National Geographic (Portugal), de Junho de 2007.
Eu li. E mesmo achando que nos fazemos valer demais dos direitos adquiridos, não creio que a China seja um exemplo a seguir...
Finalmente amigo do Firefox :)
É incrível pensar que, aí há uns 10 anos, quase não sabiamos o que eram exportações chinesas!!!
Viva:
O irónico disto tudo é que,para os "profetas" desses direitos adquiridos, os maiores inimigos dos comunistas de cá... são os comunistas de "lá".
Um abraço,
A este propósito sugiro dois livros do jornalista italiano Federico Rampini:
"O século chinês" e "China e Índia"
Eu também não acho que a China seja exemplo a seguir. Este crescimento económico acelerado está a destruir a sua própria base de sustentação, o suporte vital: os custos ambientais são enormes e crescentes. A este propósito, ver "Colapso " de Jared Diamond no capítulo sobre a China.
Está tudo a mudar muito depressa e esta OPA de chineses sobre o Benfica devia ser entendida como um prenúncio - se calhar inevitável - de que a Europa estará a atingir o seu auge e irá sofrer muitos dissabores nos próximos anos!
Excelente tema para reflectirmos!
Um abraço!