"No Estado democrático moderno, a política não é um confronto entre duas classes económicas polarizadas, mas antes uma luta entre numerosos grupos com interesses divergentes."
Dennis C. Mueller, Public Choice III
Quem leia este texto pode ficar com dúvidas sobre a sua aderência à nossa realidade. Será mesmo assim? Será que existem grupos que procuram disputar os privilégios propiciados pelo Estado, estruturando-se de uma forma organizada? Será que o Estado corre risco de ficar prisioneiro de determinados interesses? Se um Partido para se manter no poder precisa de votos não será melhor ceder às exigências desses grupos de pressão? Que denominador comum têm esses grupos? Se as suas vontades forem satisfeitas qual é o impacto na despesa pública? E quem suporta a despesa pública? Qual será o Governo que melhor serve os cidadãos: o que cede às exigências ou o que procura eliminar privilégios e introduzir critérios de racionalidade na despesa pública? Como se poderá diminuir os incentivos à pressão dos grupos para extrairem do Estado mais privilégios? Numa rápida busca, através do Google, identificámos um conjunto de casos que podem servir para ilustrar o nosso raciocínio. Se o Governo anuisse a tudo o que os "grupos de pressão" exigem qual seria a taxa de impostos que teríamos que suportar para fazer face ao acréscimo de despesa pública?
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mas esses grupos são fortes, pressionantes e bem instalados no nosso pequeno país.