Alguns dizem flexisegurança, outros dizem flexigurança. Mas tanto uns como os outros, pelo menos no debate português sobre o tema, parecem ler apenas a primeira parte da palavra, esquecendo a segunda.
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Face ao conceito de flexisegurança, os seus adversários devem considerar as alternativas. Eu só conheço duas alternativas viáveis. A primeira é da flexibilidade sem segurança. Podemos falar aqui de algumas práticas anglo-saxónicas: grande facilidade de despedimento, subsídios de desemprego muito baixos e de curta duração, pouco investimento nas políticas de emprego e formação profissional. A segunda alternativa é da rigidez sem segurança. Esta alternativa é a que existe em Portugal e noutros países do continente europeu. Ela diverge da anterior devido à grande rigidez das leis laborais. Mas essa rigidez é um engano. Na prática, ela subsiste com a total flexibilidade sem protecção para muita gente: para os que trabalham na economia informal, para os que têm contratos a prazo, para todos os outros que vêem as empresas em que trabalham subitamente deslocalizadas ou simplesmente encerradas por incapacidade para competir no mercado global e tecnologicamente avançado.
João Cardoso Rosas, Professor de Teoria Política, no Diário Económico desta data
Gostei de ler - assunto preocupante.
Um canivete suíço faz-me sempre lembrar o McGyver, um herói de uma série de televisão, muito antiga, que era capaz de resolver todos os problemas. Bastava o canivete e muita, muita imaginação.
Era bom que a falta de segurança no trabalho, que faz parte da vida real de muitos, também tivesse uma solução fácil…