Sem apresentar estimativas globais para o impacto económico que o insucesso escolar tem, o exemplo foi dado pela ministra da Educação: "Se o Estado gasta por ano três mil euros com um aluno, quando ele repete vai custar seis mil no ano seguinte". Ou seja, contabilizando os cerca de 170 mil que chumbaram em 2006/2007 (100 mil no básico e 70 mil no secundário) e multiplicando pelo custo por aluno, chega-se a um valor superior a 600 milhões de euros.
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Se, ao fim de três anos, o aluno ainda abandona a escola, então o país acaba por ter no final um gasto que não serviu", sublinhou ontem a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, em declarações aos jornalistas, a propósito do ensino da Matemática e da conferência internacional sobre o ensino da disciplina, que decorrerá em Lisboa, na próxima semana.
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O que não é necessário, considera Maria de Lurdes Rodrigues, é continuar a ter taxas de insucesso sem paralelo no espaço da OCDE - aos 15 anos, só Espanha e Luxemburgo apresentam taxas de repetências comparáveis a Portugal -, cuja eficácia é posta em causa pelo facto de que quem fica retido frequentemente volta a chumbar. "Os sistemas de ensino moderno tentaram substituir um sistema chamado "chumbo" por outros instrumentos chamados "mais trabalho". É isso que precisamos de fazer nas nossas escolas: substituir este instrumento que não tem um objectivo de recuperação", defendeu Maria de Lurdes Rodrigues. "O objectivo actual é proporcionar a todos os alunos, sem excepção, a escolaridade básica de nove anos." E o chumbo, que foi introduzido quando o sistema educativo se organizava para seleccionar e separar, "não é adequado a este objectivo", reforçou.
Fonte Jornal Público, aqui.
Uma notícia que nos confronta a todos. Aos alunos que não se aplicam como deviam, às famílias que não acompanham o estudo dos filhos, aos professores que não se envolvem o suficiente, às políticas educativas do passado que não diagnosticavam estes problemas, à sociedade que não valoriza uma ética de esforço para alcançar o sucesso.
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