Um código ético (ou uma declaração de princípios, um ideário, uma carta de intenções, etc) é um documento em que a empresa estabelece certos objectivos de carácter ético que deseja conseguir, dentro e fora da empresa, isto é, com os fornecedores de capital de risco, trabalhadores, directivos, etc..., e/ou com clientes, fornecedores, instituições financeiras, comunidade local, economia nacional, etc. (.../...)
Passemos então à apresentação das razões de ordem geral que se pode apontar para justificar a criação de um código ético:
1) Antes de mais, a necessidade que a empresa tem, como instituição de responder à nobre função de ajudar o desenvolvimento humano e profissional dos seus membros.
2) Toda a empresa que no futuro queira ter bons profissionais não pode prescindir do desenvolvimento ético dos mesmos. Um profissional tecnicamente muito preparado pode ser perigosíssimo se o seu nível ético, por desconhecimento ou má fé, é reduzido.
Há, contudo, outras razões:
a) Imperativos legais ou inclusive a necessidade de auto-regulação por parte das empresas, para evitar que a pressão da opinião pública obrigue os poderes públicos a impôr uma legislação que, sendo necessariamente mais geral, implica uma maior rigidez de actuação.
b) A credibilidade face ao meio ou à própria organização também pode justificar a elaboração de um código de conduta, tendo em vista "criar" uma imagem externa (e interna) de responsabilidade, seriedade e excelência.
c) O carácter punitivo, e portanto, dissuasor dos códigos, com o objectivo de evitar (ou pelo menos dificultar) actuações fraudulentas ou condutas indesejáveis dos membros da organização.
d) Por último, pode dizer-se que os códigos de conduta se podem revelar úteis instrumentos para a busca da identidade empresarial e para o reforço de uma determinada "cultura de empresa".
Excertos de texto de José Manuel Moreira, in Revista " Dirigir", do IEFP, publicado como separata do número 45, Setembro/Outubro de 1996
Julgo que podemos concluir que as empresas podem tirar vantagens da existência de um Código Ético na medida é um instrumento incentivador da escolha dos "melhores caminhos" na concretização dos respectivos objectivos. Ganham as empresas e ganha a sociedade.
José Manuel Dias, essa ética é necessaria. Entretanto, aqui no Brasil ninguem mais aguenta falar de ética, por que será? Abraços, Guilherme.
Viva meu caro
Não pretendo contrariar esse princípio que acho importante para as empresas.
Alias, profissionalmente e como funcionário da administração local (equiparado à administração central), estou sujeito ao códiogo de ética e deontologia do serviço público - discuta-se se bem elaborado ou não, mas, dentro dos princípios que delineou, é uma realidade.
A questão que levanto e que gostaria de enunciar é a conflitualidade desses códigos com o direito à liberdade pessoal, nomeadamente à liberdade de expressão.
Um abraço
A ética é algo que está dentro de nós. Ou temos ética ou não temos. Se a temos respeitar um código de ética não é problema, se não a temos... não vale a pena existir um código...
Olá! Bom, como havia dito o conteudo do seu blog é bem interessante p mim ( pricipalmente pq faço adm).
Gostei do texto, mas é uma pena que nem sempre a ética possa ser encontrada nas empresas, pois muitas vezes essa visão ética só fica na teoria... mas ainda bem q tb existem empresas séria que realmente inserem a ética na sua cultura. Gostaria de linkar o seu blog, posso?
bjs:**
Brrr...como isto me faz lembrar a minha profissao...a Advocacia!
Mas tens razão que os códigos de ética deviam ser obrigatórios, mas não era só na área empresarial. Era em todas as áreas profissionais.
Abraço
Eugenio Rodrigues
INfelizmente o tecido industrial e empresarial sofre deste terrível mal que é a falta de ética.
E tal reflecte-se em decisões erradas de investimento de estratégia, como também na fuga aos impostos (embora aqui haja mais factores, como a excessiva tributação...) e no tratamento dos colaboradores de uma forma pouco amiga da eficiencia, do bom ambiente e em ultima análise dos resultados da empresa.
Provavelmente tal falta de ética está associada ás baixas qualificações, embora nas universidades não se fale muito em ética...pelo menos nas portuguesas. Eu, pessoalmente, tive uma cadeira (não curricular) perfeitamente dedicada à etica profissional, mas isto foi em Inglaterra... Talvez ainda tenhamos muita estrada para percorrer...
Cumprimentos!