Os recursos humanos de qualquer organização são sempre considerados o seu " capital mais precioso". A sua gestão é, no entanto, uma tarefa muito complexa. Se for criteriosa, pode traduzir-se numa vantagem competitiva, sendo menos cuidada, pode ser geradora de fortes problemas. Existem, entretanto, algumas preocupações que convirá sempre observar:
1) Cada organização deve definir os postos de trabalho necessários e as competências e perfis ajustados a um bom desempenho;
2) cada colaborador deve ter objectivos individuais precisos que devem estar alinhados com os objectivos da organização;
3) os objectivos devem ser específicos, mensuráveis, acordados, realistas e temporizados;
4) o desempenho, para além de uma componente de auto-avaliação, deve ser, sempre, objecto de apreciação por parte do responsável hierárquico e de uma entidade independente;
5) eventuais discrepâncias entre o desempenhado esperado e o realizado, devem ser justificadas, equacionado-se a definição de um plano formativo tendente a melhorar as respectivas competências e/ou a transferência para posto de trabalho mais ajustado ao perfil do colaborador;
6) parte da componente remuneratória deve ser variável e indexada ao grau de concretização dos objectivos fixados.
A avaliação de desempenho não deve ser o cumprimento dum ritual. É a oportunidade privilegiada para avaliador e avaliado identificarem as necessidades de melhoria e programarem os ajustamentos adequados, em ordem a melhorar a competitividade da respectiva organização. No futuro, todos o sabemos, só haverá lugar para os melhores e " os muito bons são melhores que os bons".
No que concerne à Administração Pública portuguesa só em 2003 se iniciou um processo mais elaborado de avaliação (SIADAP) que visa distinguir os melhores. Mais recentemente, o actual Governo tomou a iniciativa de apresentar legislação sobre a mobilidade dos funcionários. Esta lei, podendo ser criticada por conservadores, de várias cores políticas, é absolutamente vital para alocar os recursos humanos aos postos de trabalhos essenciais, deslocando-os dos menos necessários e/ou dos lugares a eliminar, por perfeitamente inúteis.
Para termos uma Administração Pública que se paute por critérios de eficiência e eficácia na gestão dos RH temos ainda de percorrer um longo caminho...
Viva AVC
Em tese, partilhamos do mesmo entendimento. Sucede, no entanto, que existem outras cambiantes que devem ser apreciadas quando gerimos, que o mesmo é dizer, alcançamos resultados através das pessoas. Temos que avaliar o contributo de cada uma para os resultados da organização. Muitas, felizmente a maioria, trazem valor acrescentado, outras, acabam por ser "pesos mortos" que não trazem qualquer benefício para as organizações que pertencem, descurando, mesmo, a componenente de auto-formação que hoje todos nós temos que manter. Rigor e exigência, são palavras que não conhecem e penalizam, por isso, com o seu comportamento os elementos mais produtivos. Penalizam, de igual modo, os jovens que querem mostrar o seu valor e vêem os seus lugares ocupados por quem se "instalou" na vida e apenas espera o "fim do mês". Portugal precisa de mudanças...e, a avaliar, pelo último ano, estamos no bom caminho!
Cumps