Recursos Humanos e Mobilidade

Publicada por José Manuel Dias


Os recursos humanos de qualquer organização são sempre considerados o seu " capital mais precioso". A sua gestão é, no entanto, uma tarefa muito complexa. Se for criteriosa, pode traduzir-se numa vantagem competitiva, sendo menos cuidada, pode ser geradora de fortes problemas. Existem, entretanto, algumas preocupações que convirá sempre observar:
1) Cada organização deve definir os postos de trabalho necessários e as competências e perfis ajustados a um bom desempenho;
2) cada colaborador deve ter objectivos individuais precisos que devem estar alinhados com os objectivos da organização;
3) os objectivos devem ser específicos, mensuráveis, acordados, realistas e temporizados;
4) o desempenho, para além de uma componente de auto-avaliação, deve ser, sempre, objecto de apreciação por parte do responsável hierárquico e de uma entidade independente;
5) eventuais discrepâncias entre o desempenhado esperado e o realizado, devem ser justificadas, equacionado-se a definição de um plano formativo tendente a melhorar as respectivas competências e/ou a transferência para posto de trabalho mais ajustado ao perfil do colaborador;
6) parte da componente remuneratória deve ser variável e indexada ao grau de concretização dos objectivos fixados.
A avaliação de desempenho não deve ser o cumprimento dum ritual. É a oportunidade privilegiada para avaliador e avaliado identificarem as necessidades de melhoria e programarem os ajustamentos adequados, em ordem a melhorar a competitividade da respectiva organização. No futuro, todos o sabemos, só haverá lugar para os melhores e " os muito bons são melhores que os bons".
No que concerne à Administração Pública portuguesa só em 2003 se iniciou um processo mais elaborado de avaliação (SIADAP) que visa distinguir os melhores. Mais recentemente, o actual Governo tomou a iniciativa de apresentar legislação sobre a mobilidade dos funcionários. Esta lei, podendo ser criticada por conservadores, de várias cores políticas, é absolutamente vital para alocar os recursos humanos aos postos de trabalhos essenciais, deslocando-os dos menos necessários e/ou dos lugares a eliminar, por perfeitamente inúteis.
Para termos uma Administração Pública que se paute por critérios de eficiência e eficácia na gestão dos RH temos ainda de percorrer um longo caminho...

1 comentários:

  1. José Manuel Dias disse...

    Viva AVC

    Em tese, partilhamos do mesmo entendimento. Sucede, no entanto, que existem outras cambiantes que devem ser apreciadas quando gerimos, que o mesmo é dizer, alcançamos resultados através das pessoas. Temos que avaliar o contributo de cada uma para os resultados da organização. Muitas, felizmente a maioria, trazem valor acrescentado, outras, acabam por ser "pesos mortos" que não trazem qualquer benefício para as organizações que pertencem, descurando, mesmo, a componenente de auto-formação que hoje todos nós temos que manter. Rigor e exigência, são palavras que não conhecem e penalizam, por isso, com o seu comportamento os elementos mais produtivos. Penalizam, de igual modo, os jovens que querem mostrar o seu valor e vêem os seus lugares ocupados por quem se "instalou" na vida e apenas espera o "fim do mês". Portugal precisa de mudanças...e, a avaliar, pelo último ano, estamos no bom caminho!
    Cumps