Esta lei da economia ganhou particular notoriedade na sequência de artigo publicado no "Expresso", com este título. A autor do artigo é o actual Presidente da República e Pedro Santana Lopes era, na época, Primeiro Ministro. A lei defende que " a má moeda expulsa a boa moeda da circulação".
Invocar esta lei, permite explicar muitas das ineficiências existentes na nossa sociedade. Na época em que o valor do dinheiro equivalia ao seu peso em ouro ou prata, se houvesse quebra da moeda (o rei ou o governo decidisse cunhar moeda com o mesmo valor nominal, mas com menos teor em ouro ou prata), então os possuidores da moeda antiga preferiam guardá-la, porque embora o valor nominal para as transacções no mercado fosse o mesmo, ela valia intrinsecamente mais. Em consequência as transacções tendiam a fazer-se usando apenas a má moeda, enquanto a boa moeda era entesourada. Esta situação, transportada para os dias de hoje, conduz ao aparecimento de muitos dirigentes, nos mais variados domínios, que só o são, por falta de comparência dos mais competentes e dos mais capazes, que não estão para se sujeitar ao escrutínio permanente, com custos elevados ( materiais e de exposição pública). Por outro lado, e no que concerne ao mercado político-partidário, importa referir que o mesmo não é completamente transparente e existem, mesmo, fortes barreiras à entrada de novos protagonistas, em grande parte levantadas por quem faz da política profissão. Quem tem mais responsabilidades nos vários domínios da vida social e económica tem, a nosso ver, a obrigação de enfatizar a importância da qualidade e da competência, empenhando-se, no exercício da sua plena cidadania, a combater os efeitos da Lei de Gresham...
0 comentários:
Enviar um comentário