Sinais positivos

Publicada por José Manuel Dias


"A taxa de desemprego do primeiro trimestre ficou nos 7,7%, valor inferior em 0,3 pontos percentuais ao registado no últimos três meses de 2005. O que corresponde a menos 17,6 mil desempregados. Regra geral, o número de pessoas sem emprego sobe sempre nos primeiros três meses do ano face ao trimestre anterior. As excepções verificaram-se apenas em 1998, ano da Expo, e em 2004, ano do Europeu de Futebol" revela o semanário "Expresso" desta semana.
Desemprego é, como todos sabemos, a situação de um indivíduo sem emprego. Importa, no entanto distinguir entre o desemprego voluntário e o involuntário. Aquele é ditado por razões do foro pessoal, este provocado pela evolução da economia. As percentagens do desemprego têm sempre leituras contra contraditórias consoante as visões de cada um. Alguns dizem que o nível de emprego é artificial, pois parte dos empregos só subsiste porque teremos um Lei laboral demasiado rígida que impede os ajustamentos em função das necessidades efectivas. Outros, dirão, que a ausência de uma política económica orientada para a criação de emprego, conduz à manutenção de grandes níveis de desemprego. Aumento de desemprego traduzirá, para uns, reforço da nossa competitividade global, pois, faremos o mesmo com menos pessoas, outros argumentarão, que a economia tem de estar sempre ao serviço da sociedade.
Uma coisa é certa, o trabalho é uma componente essencial da realização pessoal e para quem não tem emprego a taxa de desemprego é sempre de 100% . Por outro lado, em face do Estado Social que temos, o desemprego acaba por nos penalizar a todos quer directamente, em resultado do acréscimo das prestações sociais suportadas pelo Orçamento do Estado, quer por via indirecta, contribuindo para a exclusão social, de quem não está no mercado de trabalho. Importa, por isso, procurar compatibilizar aumentos de eficiência econômica, com melhorias do nível de emprego. A requalificação dos recursos humanos é, assim, vital, em ordem a propiciar uma nova oportunidade a quem perdeu o emprego, porque o seu trabalho se extinguiu ou foi deslocalizado. Justifica-se em paralelo, promover a sensibilização das pessoas que estão sem trabalho, a fazerem uma reflexão de modo a aproveitarem o "tempo livre" que dispõem para melhorar as respectivas competências, com o intuito de encararem a respectiva situação como transitória, para uma nova etapa da vida. Mais do que nunca o refrão do poeta faz sentido : " Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...".
A diminuição do desemprego é, neste contexto, uma boa notícia, e não pode deixar de ser lida como positiva, sobretudo quando relacionada com a expectativa de melhoria do nosso crescimento económico para 2006.

0 comentários: