António e Alberto estão em camas vizinhas no hospital a receber massagens contra as dores ciáticas. Alberto grita de dor. António não. Quando o massagista sai, Alberto pergunta-lhe espantado, como conseguiu resistir à dor. Resposta : Julgas-me tão parvo que lhe fosse dar a perna doente?!
Vem esta história a propósito do modo como se podem encarar os problemas. Identificam-se e resolvem-se ou, pelo contrário, ignoram-se e adia-se a solução, contruibuindo, por omissão, para o seu agravamento.
É esta, do nosso ponto de vista, a situação que temos no Sistema de Segurança Social. Governo sucessivos assobiaram para o ar, negligenciando a alteração de muitos dos pressupostos em que assentou o actual regime. Este Governo teve o mérito de colocar o " dedo na ferida" referindo que " se nada for feito o Sistema entrará em desequilíbrio na próxima década". Basta atentarmos que " neste momento, "há 2,6 trabalhadores activos por cada reformado, enquanto que na década de 80 havia 3,8 trabalhadores activos por cada pensionista" para termos de concordar com a necessidade da reforma do Sistema de Segurança Social. Não podemos, entretanto, omitir a proliferação de "reformas milionárias" por parte de alguns sectores da Administração Pública, curiosamente dos mais críticos em relação a algumas das medidas de contenção da despesa pública que o Governo tem vindo a adoptar. Esta realidade recomenda alguns ajustamentos, com intuito de evitar que o exagero dos "privilégios" de uns poucos, não resulta em prejuízo de quase todos. A reforma do Sistema de Segurança Social é, pois, urgente, em nome da sustentabilidade do sistema, de modo a que se possa garantir aos jovens que agora ingressam no mercado de trabalho, alguns dos benefícios hoje usufruidos pelos que " não querem perder direitos adquiridos".
Espera-se que o Governo faça o que tem de fazer, com base no mandato que tem, para garantir futuro à gerações do futuro. Tivemos Governos e Governos. Governos que adiaram e outros que decidiram. Governos que diagnosticaram os problemas e nada fizeram. Outros que governaram a pensar no ciclo eleitoral. Temos, agora, um Governo que fez o diagnóstico e nos confrontou com a realidade. Não podemos ignorar. Vamos ter que decidir e as medidas exigem o envolvimento de todos. Acreditamos, assim, que o Governo terá a coragem de tomas as medidas necessárias.
No fundo é isto que distingue os políticos. Os que ficam para a história, sabem que as medidas governamentais são como os remédios. O que conta é o resultado não é o sabor.
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