Estranhos e Amigos

Publicada por José Manuel Dias

Iniciar uma conversa com pessoas que não conhecemos pode ser uma experiência muito intimidante. O que se diz, o modo como se diz, o olhar, são sinais que transmitimos à outra parte e que serão lidos, de acordo com a sua história e a sua sensibilidade.
Uma conversa informal, sobre o tempo, sobre a duração de uma viagem, pode ser o início de uma conversa mais aprofundada em que a partilha dos saberes conduza a enriquecimentos mutuamente proveitosos. A timidez é, quase sempre, um inibidor de um bom desempenho nas conversas informais. É importante ter uma atitude positiva nestas situações. Convirá ter a noção que os caminhos são construídos pela vontade das partes e que a todo tempo, tal como numa viagem de comboio podemos apear-nos numa estação, se pode colocar um ponto final na conversação.
A conversa é, em certas situações, um jogo. Deve ser interessante para as duas partes. Uma conversa informal pode ser ligeira mas ter em conta o nosso interlocutor. Se a partilha de ideias passa a ser mais acalorada, devemos ter a preocupação de salientar " Em minha opinião...mas posso estar errado". Importa encontrar um tema de agrado comum. A maioria das pessoas gosta de falar sobre si e metade das que dizem que não, não estão a ser sinceras.
Quando se viaja de comboio, uma boa conversa é a melhor forma de passar o tempo. Em grande parte das situações, essa conversa poderá ocorrer com um estranho. Um " Costuma viajar neste comboio?" pode ser o começo de uma conversação estimulante e a partida para uma boa amizade. Na estação de destino, comentar " Mas já chegámos?!" será a prova provada que valeu a pena a conversa.
Na vida importa ter como lema " Estranho é apenas um amigo que ainda não encontrei" como um dado dia disse Will Rogers.

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