A gestão da mudança

Publicada por José Manuel Dias

Como todos sabemos, Portugal encontra-se numa fase de profundas mudanças. Podemos mesmo dizer que a mudança passou a ser uma constante. O ambiente em que vivemos, e em que temos de trabalhar, está a mudar. Muitas dessas transformações têm sido ditadas pelo acelerar da circulação da informação. O que é hoje novo e se enquadra numa dada realidade, torna-se obsoleto ou ineficiente pouco tempo volvido. As empresas estão num processo contínuo de adaptação, de modo a conseguirem sobreviver num mundo cada vez mais competitivo. Os profissionais, qualquer que seja o sector onde laboram, têm de responder a desafios cada vez mais exigentes nos plano profissional e social. Importa, por tudo isto, encarar a mudança com algo de normal. Se tanto a gestão de uma empresa, como aqueles que com ela colaboram, partirem desta perspectiva, a mudança deixará de ser encarada com reservas, não provocará constrangimentos e será mais simples de gerir.
É natural e comum que as pessoas tendam a resistir à mudança, sobretudo se esta lhe acarreta perda de poder ou estatuto. Resistir, ainda que de forma passiva, é a reacção habitual perante circunstâncias de incerteza, e precisa de ser entendida para, tempestivamente, serem providenciadas as medidas que conduzam à alteração de atitude. O papel dum gestor é compreender o que está por detrás da resistência de uma pessoa ou de um dado grupo profissional. Isto pressupõe estar consciente dos interesses e motivações das pessoas envolvidas, seus valores e padrões de comportamento, em vista a dar respostas políticas eficazes às resistências identificadas.
Explicar as razões das mudanças, explicitando os custos e benefícios associados à mudança para a empresa, grupo ou sociedade, é, pois, tarefa vital. Não desvalorizar, no imediato, o contributo esperado dos menos cooperantes mas não deixar de reforçar a ideia que existe uma linha, uma ideia, uma orientação, com um dado propósito, uma intenção clara e um objectivo. Podem ser feitos pequenos ajustamentos mas o desiderato tem de ser o mesmo, melhorar a eficiência e a eficácia, em ordem a conseguir melhores resultados.
Só nos resta, em bom rigor, um caminho : mudar para melhor escolhendo, em parte, os nossos caminhos ou outros nos obrigarão a mudar, sem que exista, então, qualquer oportunidade de escolha.

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