O desfecho e o conselho lapidar

Publicada por José Manuel Dias

O planeamento é essencial para se concretizar o que se deseja mas o desfecho é o que importa. Devemos ponderar todas as consequências, avaliar os obstáculos que se podem intrometer nos nossos propósitos, identificar as forças que procurarão contrariar os nossos esforços ou a apropriar-se dos nossos resultados.
O improviso deve ser evitado, pois, por regra, só conduz à dificuldade seguinte. Temos que ter uma ideia clara do que pretendemos. Antecipar dificuldades é, pois, um contributo vital para o desfecho que perseguimos.
Os resultados conseguidos são, por regra, a resultante de uma meticulosa preparação. O desfecho é, portanto, construído desde o início.
Em épocas remotas, um Rei da Tartária, passeava acompanhado de alguns nobres quando um velho mendigo na berma da estrada gritou : «Um bom conselho em troca de cem dinares.». O rei parou e disse: «Que conselho é esse por cem dinares?». «Senhor», respondeu o velho, «mande que me entreguem a quantia, e eu direi imediatamente.» O rei atendeu o pedido, esperando ouvir algo extraordinário. O velho disse-lhe então : «Não comece a fazer nada antes de pensar em como isso vai terminar.». Os nobres e todos os presentes acharam graça, dizendo que o velho tinha feito bem em pedir o seu pagamento adiantado. Mas o rei disse : " Não há motivo para rir do bom conselho que recebi. Ninguém ignora o facto que devemos pensar muito antes de fazer alguma coisa. Mas, diariamente, não nos lembramos disso, e as consequências são muito perniciosas. Gostei muito deste conselho e vou mandar gravá-lo numa lápide dourada!".

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