O sultão da Pérsia tinha condenado à morte dois homens. Um deles, sabendo que o sultão apreciava o seu garanhão, ofereceu-se para o ensinar a voar num ano, em troca da sua vida. O sultão, imaginando-se como o único cavaleiro de um cavalo voador do mundo, concordou. O outro prisioneiro olhou para o amigo sem acreditar. « Sabes que os cavalos não voam. Que ideia louca foi essa? Estás apenas a adiar o inadiável.» « Não é bem assim» disse o primeiro prisioneiro. « Na verdade, tenho quatro hipóteses de liberdade. Primeiro o sultão pode morrer este ano. Segundo, posso morrer eu. Terceiro, o cavalo pode morrer. E quarto...quem sabe se ensino o cavalo a voar!»
A Arte do Poder, R.G.H. Siu
De facto o tempo é um conceito que adquirimos. Podemos, portanto, adaptá-lo aos nossos interesses. Em criança o tempo é lento, em adulto passa de modo vertiginoso. O modo como lidamos com o tempo pode ser diverso. Existem tempos e tempos. O tempo longo, em que podemos esperar pelo tempo e agir de modo racional, ponderando todas as vantagens e inconvenientes de uma decisão. O tempo forçado em que o tempo se esgota. O tempo sem tempo, em que marcamos aos outros os nossos tempos. O tempo urge e nós não damos tempo. A decisão tem que ser tomada e as pessoas decidem sem tempo para pensar. Perderam o tempo.
Por fim temos o tempo final. O tempo porque aguardámos de modo paciente. Decidimos com empenho, com determinação, com autoridade. Sem pressas, dominámos o tempo, nos nossos tempos. Esperámos pela altura certa. O tempo foi o tempo certo.
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