O downsizing esteve na moda no início da década de 90. Criticado por uns, apoiado por outros, não foi mais do que a resposta a necessidades sentidas. As empresas, após o triunfo das ideias tayloristas e de Fayol, não pararam de crescer. Em muitas das situações, esse crescimento suportava-se, essencialmente, no aumento de efectivos, com a inerente carga de burocracia. O dinamismo das vendas, permitia o aparecimento de resultados em linha com o desejado. A alteração do quadro global de desenvolvimento dos negócios, o recurso às novas tecnologias, o aparecimento de novos concorrentes, o acréscimo de custo nos transportes, concorreram para o reforço da importância da qualidade da gestão das empresas. Esta variável poderia determinar a maioria das outras. Os gestores vêem reforçado o seu papel.
A questão de fundo , comum a todas as empresas, passa a ser: como podemos ser melhores? Com podemos acrescentar valor? Se os proveitos não aumentam porque os mercados já não compram como compravam, importa agir sobre os custos. Questiona-se a dimensão das empresas, na linha de uma preocupação já expressa por Peter Drucker: " para cada negócio existe apenas uma dimensão ideal" e substitui-se o velho conceito " tamanho é poder" por " small is beautiful". Fraccionam-se empresas, incrementa-se o uso da tecnologia, simplificam-se actividades, eliminam-se funções e níveis hierárquicos. Procuram-se velocidade e flexibilidade. Aplica-se o "downsizing", isto é, processo de reestruturação que passa pela pela redução radical da dimensão da empresa, normalmente, através da redução de níveis hierárquicos ou do abandono de negócios não relacionados com competências distintivas da organização.
Nos dias de hoje, atenta a situação da Administração Pública e a necessidade premente de reduzir o peso da despesa pública, parece claro que não resta outra alternativa que não seja aplicar o " downsizing" . Com coragem e determinação, com equilíbrio e bom senso, estimulando as saídas por acordo, mas com um propósito simples : pensar no futuro. Não é tarefa fácil, todos o sabemos, mas a responsabilidade política exige que se faça o que tem de ser feito, mesmo que tais medidas retirem alguns votos que o "poder da distribuição" sempre atrai.
As gerações mais novas não deixarão, por certo, de premiar a competência de quem ousou fazer a mudança necessária...
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