O jornal Público gerou um prejuízo de 4.414.846 euros em 2008, depois de, em 2007, ter atingido um pico de perdas de 5.827.674 euros. No Balanço, observa-se que o Capital Social é de 50 mil euros e que os prejuízos acumulados (incluindo 2008) ascendem a mais de 21 milhões de euros. Para fazer face a esta gestão, os accionistas tiveram de injectar 4,4 milhões de euros.
Apesar deste mau desempenho os accionistas decidiram manter o jornal em actividade mas na condição dos salários dos trabalhadores com vencimentos superiores a 1.200 euros serem reduzidos entre os três e os 18 por cento. Depois da rejeição da proposta em 2 plenários de trabalhadores parece que o bom senso imperou e, de acordo com a Agência Financeira, o acordo foi assinado por 90 por cento dos trabalhadores, o que permite à administração avançar para reduções salariais escalonadas nos termos inicialmente propostos.
Apesar deste mau desempenho os accionistas decidiram manter o jornal em actividade mas na condição dos salários dos trabalhadores com vencimentos superiores a 1.200 euros serem reduzidos entre os três e os 18 por cento. Depois da rejeição da proposta em 2 plenários de trabalhadores parece que o bom senso imperou e, de acordo com a Agência Financeira, o acordo foi assinado por 90 por cento dos trabalhadores, o que permite à administração avançar para reduções salariais escalonadas nos termos inicialmente propostos.
Podemos, então, concluir que os detentores do capital, vulgo accionistas, aceitaram incorrer em mais riscos desde os trabalhadores aceitassem reduzir os seus benefícios. Resta saber agora se os outros stakeholders estão disponíveis para continuar a apoiar a empresa por via do seu contributo para a geração de proveitos. Referimo-nos aos clientes (compradores de jornais e anunciantes) porque são eles os "verdadeiros donos das empresas". O futuro dirá por quanto tempo teremos "este" Público ou se o Público continuará por via do regresso às origens. Afinal o estatuto editorial refere que é um jornal de "grande informação, orientado por critérios de rigor e criatividade editorial, sem qualquer dependência de ordem ideológica, política e económica" e mais, ainda, que defende "a tradição europeia de jornalismo exigente e de qualidade, recusando o sensacionalismo e a exploração mercantil da matéria informativa". Temos de concordar que as intenções são boas...
Passo para desejar um bom fim de semana.
Beijinhos,