P: Tem 100% de engenheiros portugueses nos centros de I&D, e defende que não há motivos para fazermos pior que os outros. O que justifica o atraso de Portugal em matéria de inovação e desenvolvimento?
R: Grande parte das nossas PME não se adaptou ainda à idade do conhecimento, nem à globalização. Muitas são exportadoras, mas exportam segundo um modelo de baix criação de valor, passando a concorrer directamente com a China e a Índia. Por outro lado, algum IDE de índole fabrilusava Portugal como plataforma de baixo custo, e o Euro transformou-nos num país de relativo alto custo. Temos também problemas estruturais que subsistem, como a educação. A enorme percentagem de pessoas que não completam sequer o secundário, que futuro têm? Como se enquadram na sociedade do conhecimento? Não se pode dizer que é falta de investimento do estado. A República Checa paga tanto como nós, mas só 10% dos alunos não terminaram o secundário. O problema é a ineficácia do sistema e uma grande resist~encia às reformas. Os interesses corporativos não permitem que isto avance. a educação e a inovação deviam ser os desígnios futuros.
Excerto da entrevista de João Picoito, CEO da Siemens Communications Portugal, ao Diário Económico desta data.
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