O custo médio da hora de trabalho é em Portugal de €11/hora, contra €22,4 em média na Europa. Por sua vez, a produtividade aparente do trabalho é $27,3/hora em Portugal e $43,3 entre os nossos parceiros europeus. A produtividade representa 63% do nível médio europeu enquanto o custo do trabalho atinge apenas 49% da média da Europa.É certo que o salário médio por hora cresceu em Portugal 52,7% desde 1996, contra 38,3% na UE a 15. No entanto, este movimento deveu-se, sobretudo, ao processo de convergência de preços e não representa um verdadeiro aumento de salários reais. As causas da baixa produtividade não residem nos salários, mas nas componentes não salariais dos custos de produção e na qualidade da gestão.
A produtividade aparente do trabalho resulta mais da organização e opções empresariais do que da habilidade intrínseca do trabalhador. A produtividade é, acima de tudo, um problema da gestão como o atestam as enormes - e às vezes espectaculares - diferenças que registamos entre as nossas empresas. Num número muito significativo de casos, mesmo com pessoal com reduzida educação formal - porém, sujeitos a adequados enquadramento e formação interna - os trabalhadores propiciam à empresa fortes produtividades.
Fonte: Jornal de Negócios, artigo de opinião de Avelino de Jesus, Director do ISG, aqui. Não concordo com tudo o que escreve mas subscrevo a ideia que " as causas da baixa produtividade não residem nos salários, mas nas componentes não salariais dos custos de produção e na qualidade de gestão". Quem decide o que fazer e como fazer é a gestão...Situações de crise, como as que hoje vivenciamos, representam, também, oportunidades. Quem é que tem poder para definir novos objectivos, refazer estratégias, escolher novo produtos e mercados? A gestão. Portugal não precisa só do "choque tecnológico", precisa, também, dum "choque de gestão".
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