Ao nível mundial, o colapso financeiro produziu uma brutal destruição de riqueza que, mesmo artificial, ajudava a sustentar decisões de consumo e investimento. Tal destruição, juntamente com as expectativas pessimistas que alimenta e com as interacções económicas que desencadeia, está a provocar uma enorme contracção da procura, que ameaça tornar excedentária uma boa parte da capacidade produtiva instalada. Daí que as autoridades económicas - governos e bancos centrais - se apliquem, e bem, em criar procura por parte do Estado e em estimular a procura privada, para que o excesso de capacidade não tenha que ser destruído, gerando um massivo desemprego.
Vítor Bento, em artigo de opinião no Diário Económico, faz o diagnóstico da presente crise mundial mas argumenta que o problema de Portugal é diferente, uma vez que desde 1997 que o país vive em excesso de procura, face à sua capacidade produtiva. Para este economista o problema da economia não está, portanto, no lado da procura, mas sim no lado da oferta, que se encontra bloqueada, por perda de competitividade (a produtividade não compensa os custos).
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