Máximas e reflexões

Publicada por José Manuel Dias


1. O carácter é um filtro que purifica as acções dos homens.
2. A pontualidade é uma condição importante da integridade do carácter.
3. A vida de um homem de juízo é a resultante de muitas renúncias.
4. Um condição fundamental para o êxito nos negócios consiste em saber esperar, sem perder tempo.
5. A consciência humana, em geral, termina no ponto onde começa o interesse.
6. O calar nem sempre é uma virtude; há quem se cale para comer mais.
Selecção feita com base no livro" A contas com a Ética Empresarial", Moreira, José Manuel, Principia Publicações, Lda, Cascais (1999).

Obesidade : doença ou maus hábitos?

Publicada por José Manuel Dias



Ocupar 2 lugares nos transportes públicos, procurar roupa numa loja de pronto a vestir sem encontrar o número, pedir ajuda para se calçar, sentir-se discriminado na escola ou no trabalho, são apenas alguns dos problemas com que os obesos se confrontam.
Estima-se que a obesidade tenha um custo anual para o nosso país superior a 550 milhões de Euros, entre custos directos e indirectos. Entre estes enumeram-se horas de trabalho perdidas, comparticipações em medicamentos e subsídios de doença. Uma factura com tendência para crescer porque estamos a ficar mais gordos de ano para ano. Os números falam por si: 58% da população tem excesso de peso e 15% é obesa. Calcula-se, ainda, que anualmente morram 1.500 pessoas em resultado da chamada obesidade mórbida.
Os estilos de vida, por um lado, e a falta de consciência por outro, estão na origem deste problema cuja solução não se vislumbra. De acordo com o Presidente da ADEXO (Associação de Doentes Obesos e Ex-obesos de Portugal) " Somos responsáveis pela primeira geração de miúdos obesos que pode morrer antes dos pais".
O Governo tem noção deste problema e lançou um conjunto de acções preventivas nas escolas , integradas no Programa de Combate à Obesidade Infantil. Procura-se alterar hábitos alimentares, de modo evitar o aparecimento mais tarde de complicações resultantes da obesidade, (diabetes, doenças vesiculares, coronárias, cardíacas, hipertensão, para citar apenas algumas).
Para "abrir as hostilidades" permito-me lançar as seguintes questões:
Será que cada um não tem o direito a comer o que mais gosta? Não deverá ser lançado um "imposto sobre a gordura" de modo a desincentivar o consumo de gorduras? Deve o estado suportar os custos dos tratamentos dos obesos? Não terão os obesos direito a uma discriminação positiva? A campanha de combate à obesidade deve ser encarada como um custo ou como um investimento? Não haverá obesos que são doentes ? E estes não deverão ter um apoio especial? Será que somos pré- obesos sem o saber?
A resposta a esta última questão pode ser obtida calculando o índice da massa corporal (divide-se o peso, em quilos, pelo quadrado da altura, em metros). Se é entre 25-29 somos considerados pré obesos, se se situar entre 30 e 35 seremos obesos e teremos obesidade mórbida, caso o índice seja igual ou superior a 36. A normalidade situa-se entre 20 e 24.

Fonte : Jornal de Negócios de 26 de Janeiro

Vencedores e Derrotados

Publicada por José Manuel Dias


Quando um vencedor comete erros diz " Enganei-me..." e aprende com os erros.
Quando um derrotado comete erros diz "A culpa não foi minha" e responsabiliza terceiros.
Um vencedor compremete-se com a sua palavra e cumpre.
Um derrotado faz promessas, "não mete os pés a caminho" e quando falha só se justifica.
Um vencedor diz " Sou bom mas vou ser melhor ainda".
Um derrotado diz " Não sou tão mau assim, há muitos piores que eu".
Um vencedor respeita os que sabem mais e procura aprender algo com eles.
Um derrotado resiste a todos os que sabem mais e apenas se fixa nos seus defeitos.
O vencedor diz " Deve haver uma forma de fazer melhor".
O derrotado diz " Sempre o fiz assim".
O vencedor é parte da solução.
O derrotado é parte do problema.

Défice Público (*)

Publicada por José Manuel Dias


O défice público do ano transacto ficou cerca de 600 milhões de euros abaixo do esperado, beneficiando de uma cobrança de receitas que ultrapassou o previsto e de uma evolução das despesas em linha com o orçamentado, afirmou hoje o ministro das Finanças.
Em conferência de imprensa para a apresentação da execução orçamental do subsector Estado até Dezembro, Fernando Teixeira do Santos disse que o saldo das contas públicas totalizou cerca de 7400 milhões de euros negativos, menos 1740 milhões do que em 2005 e 593 milhões abaixo do orçamentado.
As receitas públicas subiram 8,3 por cento, para 35 mil milhões de euros, perto de 600 milhões de euros acima do orçamentado, num ano em que as receitas fiscais cresceram, 7,2 por cento. Despesas com pessoal caíram 2,0 por cento. Do lado das despesas o crescimento foi de 2,4 por cento face ao ano anterior, em linha com o previsto, totalizando 43 mil milhões de euros. O Estado conseguiu limitar a evolução dos gastos com os funcionários públicos, com as despesas com o pessoal a caírem 2,0 por cento. Só as remunerações certas e permanentes (salários) baixaram 1,5 por cento. O valor final do défice público, que inclui, para além do subsector Estado, as autarquias, as regiões autónomas, os fundos e serviços autónomos e a Segurança Social, só será conhecido depois do apuramento destes subsectores, ainda durante este trimestre.
Fonte : Jornal Público de 23 de Janeiro
(*) O Défice Público (ou Défice Orçamental) corresponde ao saldo negativo das Contas Públicas, ou seja, à diferença entre as despesas do Estado e as suas receitas durante um determinado período de tempo (geralmente considera-se o período um ano).

Business Excellence Model - BEM

Publicada por José Manuel Dias


O Business Excellence Model (EFQM) foi desenvolvido para o European Quality Award, com o objectivo de disponibilizar aos gestores de topo de uma organização uma ferramenta que lhes permita participar e medir o desempenho da sua organização quando comparada com outra organização do mesmo ou de outro sector de actividade. A figura explicita o modelo que fundamenta o Prémio Europeu de Qualidade (EFQM). A satisfação dos clientes, dos colaboradores e o impacto sobre sobre a sociedade são obtidos através da liderança que impulsiona a política e a estratégia, a gestão das pessoas, os recursos e os processos, que podem levar à excelência dos resultados.
O BEM tem sido adoptado por organizações de diversos países, como instrumento de medição de performance. De igual modo diversas empresas utilizam o BEM com o intuito de melhorar a sua eficiência e alterar o modo de funcionamento interno.
São apontados, geralmente, como Benefícios da aplicação deste modelo:
- A metodologia estruturada para melhorar o desempenho da Empresa;
- Os resultados baseados em factos e não na percepção de cada um;
- A construção de consensos, a nível superior, da estratégia a seguir pela organização.
- A formação de recursos humanos capazes de aplicar os princípios fundamentais da Gestão pela Qualidade Total;
- A inovação e aprendizagem contínua contribuem para a melhoria do deempenho;
- O reforço da motivação dos colaboradores da empresa no sentido de alcançar a excelência ao nível da estrutura organizacional e do rspectivo negócio;
- Medir, de forma objectiva e consistente, os resultados alcançados ao longo do tempo;
- A criação de condições para o incremento do Benchmarking a nível interno, uma vez que dispômos dos resultados obtidos por outras Unidades da Organização.

Criatividade e inovação - o método dos seis chapéus

Publicada por José Manuel Dias


O método dos seis chapéus criado por Edward de Bono é um modelo de raciocínio utilizado para explorar diferentes perspectivas para delinear uma estratégia numa situação complexa. Utiliza-se em situações de discussões em grupo : uma pessoa apresenta os factos do caso (chapéu branco, visão neutra), outra gera ideias sobre o modo como o caso pode ser tratado ( chapéu verde, pensamento criativo), enquanto a seguir uma outra lista as vantagens (chapéu amarelo, optimista) e uma outra lista as desvantagens (chapéu preto, o advogado do diabo).
Depois deste processo, há um elemento que sumariza as tendência de opinião sobre as várias alternativas em análise (chapeu vermelho, conciliação) e, finalmente, o último membro sistematiza a discussão e encerra a reunião (chapéu azul, consenso).
Técnica especialmente aconselhada para sessões de criatividade. Uma vez que todos os membros têm um papel definido a discussão pode ser franca e aberta, anulando-se a tendência para a personalização das críticas.
Quem pretender aprofundar este tema pode consultar o sítio do seu criador : http://www.edwdebono.com/ .

A Visão

Publicada por José Manuel Dias


Um viajante avistou ao longe uma construção e resolveu aproximar-se. Verificou então que três pedreiros estavam a trabalhar na mesma obra e a fazer o mesmo serviço. Resolveu, então, perguntar-lhes o que estavam a fazer. Perguntou ao primeiro que lhe respondeu: "Estou a ganhar a vida". Perguntou ao segundo que, sem levantar os olhos, disse " Estou a assentar pedra" . Por fim questionou o terceiro: " E tu que estás fazer?" Estou a ajudar a construir uma catedral, respondeu-lhe prontamente.
Esta pequena história procura sublinhar a importância de, numa organização, todos saberem responder à questão central : " Para onde vamos?". Se cada um dos integrantes de uma organização não souber responder a esta questão, como saberá que o caminho que está a seguir é o adequado?
Importa, por isso, definir, antes de mais e acima de tudo, para onde queremos ir. Caberá à gestão de topo de uma organização essa definição. A escolha da Visão - a declaração sucinta do que aspira a ser...a terra prometida onde corre leite e mel - é essencial para alinhar toda a organização com a estratégia preconizada. A criação de um sistema de gestão que monitorize o desempenho é, também, uma condição necessária para garantir que as acções das diferentes áreas estão em linha com os objectivos e as metas a atingir.
E você sabe qual é a Visão da organização a que pertence?

Quadro de Referência Estratégico Nacional

Publicada por José Manuel Dias


O Primeiro-Ministro presidiu ontem à apresentação do Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013 (QREN), que prevê um investimento global de 44,7 mil milhões de euros, sendo 21,5 provenientes dos fundos da União Europeia, e o restante do Estado e de privados portugueses.
Os fundos organizam-se em três Agendas - Potencial Humano, Factores de Competitividade e Valorização do Território - e sete Programas Operacionais Regionais. O PM situou em «três domínios as insuficiências, estratégicas e de concretização, da absorção dos fundos comunitários»: défice na «qualificação dos nossos activos» e a «fragilidade da nossa cultura técnica e científica»; falta de «selectividade no apoio ao investimento verdadeiramente modernizador e com potencial de multiplicação»; e falta de «melhoria dos factores envolventes do sucesso competitivo», os custos de contexto.
Não desperdicemos esta excelente oportunidade para melhorar a qualificação dos portugueses, promovendo um modelo de crescimento económico sustentável e uma maior coesão social.

Aveiro é a quinta...

Publicada por José Manuel Dias


Aveiro é quinta melhor cidade para se viver em 2007, de um universo de meia centena de cidades do Continente e dos arquipélagos da Madeira e dos Açores. O "ranking" foi divulgado no âmbito de um estudo efectuado e publicado pela revista " Única" do semanário Expresso.
Depois de Lisboa (1º), Guimarães, Évora e Porto, Aveiro surge como a cidade que, dentro de um conjunto de vinte critérios, apresenta melhores condições para se viver. Dos critérios tidos em conta, o destaque (a nível nacional) reside na "Relação com a água e a paisagem" que é considerada uma das suas principais mais valias.

Palavras que impõem respeito

Publicada por José Manuel Dias


Reformar é fazer diferente, é ser capaz de adaptar as acções novas circunstâncias e, por isso, não há reformas sem roturas, não necessariamente com os objectivos, mas com os meios e os modos de os alcançar.
Ora a dúvida sobre a recondução do director geral dos Impostos é uma total incoerência com um espírito de reforma.
Com efeito, está-se perante alguém do sector privado que manteve esse estatuto, mas que se dispôs a prestar um serviço público, introduzindo-lhe uma dinâmica própria.
Foi uma experiência de sucesso inquestionável pelo que se esperaria que servisse de exemplo para se repetir em um ou outro caso que se justificasse. Engano!
Para os que duvidam da continuidade da experiência, o que está em causa não é o desempenho, mas o nível de vencimento, isto é, ainda não se libertaram do conceito de que "serviço público" é prestado por servidores do Estado - funcionários públicos - com salários mais baixos do que os que vigoram no mercado, facto este compensado por "segurança no emprego".
Daí a existência de um "estatuto remuneratório", isto é, remuneração de acordo com o estatuto e não com o mérito e, portanto, a categoria igual deverá corresponder salário igual, independentemente dos resultados alcançados. Só a invocação de um "estatuto remuneratório" prova que se está a raciocinar em termos ultrapassados.
Para reformar é preciso romper com hábitos, ensair novas fórmulas e, acima de tudo, libertarmo-nos de preconceitos.
Manuela Ferreira Leite, " Ponto sem nó", caderno Economia, semanário Expresso de 13 de Janeiro de 2007

Somos todos empresários

Publicada por José Manuel Dias


Para os austríacos, num sentido geral ou amplo, a função empresarial coincide com a própria acção humana. Neste sentido poder-se-ia afirmar que exerce a função empresarial qualquer pessoa que actua para modificar o presente e conseguir os seus objectivos no futuro. Ainnda que esta definição possa à primeira vista parecer demasiado ampla e em desacordo com os usos linguísticos actuais, há que ter em conta que a mesma está em conformidade com o original significado etimológico do termo empresa. De facto, tanto as expressões espanhola e portuguesa empresa como as acepções francesa e inglesa entrepreneur procedem etimologicamente do verbo latino in prehendo-endi-ensum que significa descobrir, ver, perceber, dar-se conta de, capturar; e a expressão latina in prehensa comporta claramente a ideia de acção, no sentido de tomar, agarrar.
.../...
A função empresarial, em sentido estrito, consiste basicamente em descobrir e avaliar (prehendo) as oportunidades de alcançar um fim ou, se preferirmos, de conseguir algum lucro ou benefício, tendo em conta as circunstâncias envolventes e agindo de modo a aproveitá-las.
In " Escola Austríaca - mercado e criatividade empresarial", Jesús Huerta de Soto, O Espírito das Leis Editora, Lda, Lisboa ( 2006)

Balança Comercial

Publicada por José Manuel Dias


De Janeiro a Outubro de 2006, as exportações portuguesas cresceram 12,6% e as importações 8,5%. As exportações para a União Europeia cresceram 8,6% e para os países terceiros aumentaram quase 30% (28,6%). As importações cresceram 7,1% e 12,8% respectivamente.
A taxa de cobertura ( percentagem das nossas importações que podemos considerar pagas com o valor das exportações), passou de 62,5 % em 2005 para 64, 8% no ano em curso. Dito de outro modo, apesar da melhoria continuamos a depender muito do exterior.
A melhoria destes indicadores não poderá dissociar-se da necessária competitividade e inovação das empresas portuguesas condições essenciais para a conquista de novos mercados. A consolidação e reforço da marca Portugal pode, também, dar um impulso nesse sentido, bem como a "cooperação estratégica" entre Governo e Presidente, espelhada, uma vez mais, na visita presidencial à Índia. Ministros e empresários aproveitam a "boleia" e procuram descobrir "novos caminhos para a Índia".
Fonte: Banco de Portugal

Quando está frio

Publicada por José Manuel Dias


Quando está frio no tempo do frio, para mim é como se estivesse agradável, Porque para o meu ser adequado à existência das cousas
O natural é o agradável só por ser natural.

Aceito as dificuldades da vida porque são o destino,
Como aceito o frio excessivo no alto do Inverno
- Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita,
E encontra uma alegria no facto de aceitar
— No facto sublimemente científico e difícil de aceitar o natural inevitável.

Que são para mim as doenças que tenho e o mal que me acontece
Senão o Inverno da minha pessoa e da minha vida?
O Inverno irregular, cujas leis de aparecimento desconheço,
Mas que existe para mim em virtude da mesma fatalidade sublime,
Da mesma inevitável exterioridade a mim,
Que o calor da terra no alto do Verão
E o frio da terra no cimo do Inverno.

Aceito por personalidade. Nasci sujeito como os outros a erros e a defeitos,
Mas nunca ao erro de querer compreender demais,
Nunca ao erro de querer compreender só corri a inteligência,
Nunca ao defeito de exigir do Mundo
Que fosse qualquer cousa que não fosse o Mundo.

Alberto Caeiro

Boas notícias!

Publicada por José Manuel Dias


O número de estudantes do pré-escolar ao secundário aumentou em Portugal, com as escolas a receberam mais 21 mil alunos, anunciou o Ministério da Educação. De acordo com o recenseamento escolar divulgado esta segunda-feira à Agência Lusa pelo Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo (GIASE) do Ministério da Educação, o número de alunos matriculados no ano lectivo de 2006/2007 passou de 1.648.278 para 1.669.470.
A informação estatística relativa apenas a Portugal Continental mostra que o aumento da população estudantil foi geral, desde o pré-escolar ao ensino secundário, mas com especial incidência no 3º ciclo do ensino básico (7º e 9º anos) e no secundário (10º e 12º ano).
De acordo com os dados, a educação pré-escolar teve um acréscimo de alunos de 1.488, passando de 245.738 para um total de 247.224, o ensino básico um aumento de 8.440, passando de 1.076.360 para 1.084.800 estudantes e o secundário cresceu 11.264, passando de 326.182 para 337.446 alunos.
O crescimento do número de alunos no 3º ciclo, acrescenta a informação do Ministério, resulta do aumento dos matriculados em cursos profissionalizantes com certificação escolar e profissional, destinados a combater o insucesso e abandono escolares. Este crescimento, refere a nota do Ministério, decorre do reforço da oferta do ensino público, que atraiu mais 10.509 alunos do que no ano anterior. No ensino secundário, a expansão deve-se ao aumento dos matriculados em cursos profissionais, que passaram de 33.341 para 44.466 alunos. Noventa e três por cento destes novos alunos estão matriculados em estabelecimentos de ensino públicos.
Fonte : Portugal Diário

O homem e a sua sombra

Publicada por José Manuel Dias


Era uma vez um homem original que queria apanhar a sua própria sombra. Dava um passou ou dois na sua direcção, mas ela afastava-se. Acelerava o passo mas ela fazia o mesmo. No final, começou a correr e a sombra correu também, recusando-se totalmente a entregar-se, como se fosse um tesouro. Mas repare! O nosso excêntrico amigo aproxima-se e afasta-se rapidamente da sombra. Se olha para trás, agora é ela que corre atrás dele. Senhoras, sinceramente, com frequência tenho observado (...) que a sorte nos trata de forma semelhante. Um homem tenta com todas as suas forças agarrar a deusa, e apenas desperdiça tempo e trabalho. Outro parece fugir dela; mas não: é ela que tem prazer em o perseguir.
Ivan Kriloff (1768-1844)

Palavras que impõem respeito

Publicada por José Manuel Dias


Cavaco Silva falou ao país de esperança, resumindo: é cada povo que faz o seu destino. Para que se cumpra o de Portugal, o Presidente quer resultados na educação, no crescimento económico e na justiça. Dito de outra forma, exige melhor educação, uma justiça mais rápida e a economia a crescer. Conversa do costume ? Não!
(...)
Cavaco parece considerar que parte dos portugueses se habituaram a esperar resultados - não a batalhar por eles. Quando repisa que o país precisa de todos, esta a pedir menos passividade no contacto com a má moeda. Quer união de interesses. Crítica óbvia: isso todos dizem. É verdade. Mas o Presidente da República foi claro: identificou três áreas e comprometeu-se a avaliar se as reformas (essas três reformas) surgem já em 2007. Cavaco não estava a lançar avisos a Sócrates: estava a tentar motivar o país.
(.../...)
O recado de Cavaco é para os empresários ( que precisam de copiar mais o investimento em inovação), como é para os alunos (a quem se exige que estudem mais) ou para os juízes que, sendo muito mais numerosos em Portugal do que Inglaterra (por habitante) são tremendamente menos eficazes. Numa frase, é um recado a um país de gente que se demitiu de fazer, esperando que alguém faça por si.
Martim Avillez de Figueiredo
Editorial do Diário Económico de 3 de janeiro de 2007

Direito à saúde

Publicada por José Manuel Dias


A saúde, tal como hoje se entende, ou é saúde comportamental ou não é nada; do mesmo modo que em outros tempos, a enfermidade ou era lesão orgância, ou não era nada. Se antes se definiu a enfermidade em função da patologia, agora a saúde define-se em função da conduta. Assume-se, de certa forma, que ainda que a conduta não seja a razão última de explicar a saúde, é, sem dúvida alguma a penúltima e, por isso, há que forçosamente apelar a ela. Não podia ser de outro modo, dado que (...) os hábitos pessoais e o peculiar estilo de vida - os hábitos comportamentais - constituem o principal substracto em que fundam as suas raízes a maioria dos factores de risco que, crescendo, acabam por fazer aparecer as principais enfermidades responsáveis na actualidade pela morte das pessoas.
Aquilino Polaino-Lorente
Doutor em Medicina e Filosofia, Especialista em Psiquiatria, Catedrático de Psicopatologia na Universidade Complutense

Instruções para a Vida

Publicada por José Manuel Dias


1. Não digas às pessoas o modo como as coisas devem ser feitas. Diz-lhes antes as coisas que há para fazer. Não imaginas as soluções criativas de que muitas pessoas são capazes.
2. Lê com atenção todas as coisas que deves assinar. Nunca te esqueças que as letras grandes prometem tudo o que as letras pequenas acabam por tirar.
3. Lembra-te que 80% do teu êxito em qualquer tipo de emprego advém da tua capacidade em lidares com as pessoas.
4. Não percas a magia do momento que passa por estares preocupado com o que há-de vir.
5. Nunca gastes despreocupadamente o tempo ou as palavras. Quer um, quer as outras, são insusceptíveis de reposição.
Seleccionado do " Pequeno Livro de Instruções para a Vida" de H. Jackson Brow, JR, Editora Gradiva. De acordo com o autor, o livro começou por ser um presente para o seu filho, Adam e agrega algumas reflexões e conselhos que representam " tudo o que aprendera sobre o modo de viver uma vida recompensadora e feliz".