A crescente importância das instituições intermédias na implementação de políticas públicas exige que elas se afirmem como entidades complementares, e não como barreiras ao desenvolvimento. O que implica perceber que as suas independência e liberdade de iniciativa passam mais pelo reforço do mercado e da liberdade individual do que pelas boas graças e pelos subsídios do Governos; pelas políticas públicas de acordo com as quais os serviços privados, estatais e sociais contribuem para uma sã concorrência e uma cultura de responsabilização; por uma cultura menos assente no saque dos dinheiros públicos e mais dependente da organização, da busca de novas e mais criativas soluções para os problemas públicos. As universidades são talvez um bom exemplo de uma certa dificuldade em superar as incapacidades próprias, não através de um reforço do corporativismo, mas pela distinção pela qualidade do serviço oferecido, ou seja, dando respostas mais adequadas às novas exigências e ao potencial de um «mercado» em busca de um novo enquadramento legal e de novos desenhos organizativos.
Sabemos bem que a missão destas organizações se situa quase sempre no longo prazo, mas isso não as dispensa de resultados. Muito menos de justificar todos os dias a sua existência em função dos resultados. Tais instituições, a começar pelas que se assumem sem fins lucrativos, devem ser avaliadas pelas intenções e motivações mas principalmente pelos resultados. É por isso que, de forma permanente, os seus responsáveis se devem interrogar sobre a adequação entre esforços e resultados e se não seria possível utilizar melhor os seus recursos. O que implica um exame e uma avaliação contínuos dos seus programas e projectos no sentido de saber se estão a evitar desperdício ms também se estão a dar «lucros» efectivos, medidos em termos do chamado capitalismo cívico.
MOREIRA, José Manuel ( 2002), Ética, Democracia e Estado, Cascais, Principia
Saudações meu Caro José Manuel Dias:
Parece que passei pelo seu Blog “encalhei”, e fiquei a fazer uma estadia.
No meu ponto de vista não é muito objectivo o tema que aborda já que, podemos fazer um rastreio a tudo que é intermediário entre um princípio e fim educacional.
Pareceu-me o seu discurso de algum modo mais uma vez direccionado para a Educação e, para todos os factores envolventes, adjacentes e mesmo subjacentes.
Penso que, o meu amigo utiliza uma linguagem que procura de algum modo não ser frontal, e sei que a frontalidade é sempre rude, por isso mesmo procura não ferir muito as susceptibilidades dos outros.
Ora, eu penso que, e dentro do possível evitando a grosseria excessiva de que não comungo também, não podemos nem devemos por isso, ser excessivamente moderados, sob pena de, não penitenciar os prevaricadores.
Se alguma coisa está mal e se temos exemplos palpáveis dessas situações, como desinteresses vocacionais e profissionais aliados a um desleixo que prejudica o bem comum, um todo, os alicerces de uma sociedade, temos o dever de os denunciar no interesse de preservar aquilo que deve ser visto como sagrado, ou seja a educação e a formação de uma criança ou jovem.
Como disse e peço desculpa, o tema que nos apresenta dá para irmos até às bases de uma sociedade que queremos mais capaz e mais cívica.
Depois, penso que, Instituições intermédias é um assunto muito abrangente.
E por isso mesmo podemos reportar-nos aos infantários, aos jardins pré-escolares, ensino básico ou primário, ATL, secundário, universitário enfim a todos os sítios que formam e educam os nossos jovens e os tornam ou não, uma mais valia, ou um encargo pesado para a sociedade.
A grande maioria das chamadas IPSS neste país estão entregues a Instituições religiosas, e que eu conheça, a grande maioria, se não a totalidade mesmo, está entregue à religião católica.
Oiço aqueles que têm filhos nessas Instituições a lamentarem-se das despesas mensais que despendem para ali terem os filhos, já que, a grande maioria, trabalham de manhã à noite para fazerem face ao quotidiano da vida.
Ora, sabemos que, o Estado, (todos nós) financia maioritariamente se não na totalidade, a execução dos edifícios, geralmente, e ainda bem, muito capazes, cómodos e funcionais...
Independentemente disso, ainda atribui mensalmente verbas que, julgo mais que razoáveis por cada criança em função, da sua idade e carências.
Assim, num mar de coisas que julgo serem excessivas e abusivas na sobrecarga dos impostos ao cidadão comum, não entendo a razão das mensalidades que cada pai paga para terem os seus filhos protegidos e a aprenderem a descobrir o que é ser cidadão, ter civismo e cidadania.
E para eles aprenderem isso, se é que aprendem, os pais dispensam parte da sua cidadania num esforço tremendo para manterem pelo menos alguma dignidade.
E por ir já tão longo meu caro amigo nem sequer aqui tento abordar as outras Instituições dirigidas por religiosos e a expensas do Estado em que, permitem que se cometam a crianças os actos mais hediondos.
Sabemos de casos em Lisboa e no Porto e mais um “cheirinho” de outros sítios, mas eles são, uma nuvem grande e densa.
O mundo da Educação e do Ensino está muito complicado...
Cumprimentos.
Devíamos todos trabalhar por objectivos...