Não há definição que resuma um país. Nem estatística que valha a verdade de um povo. Portugal mudou muito nas últimas quatro décadas. Muitíssimo. Mais do que em qualquer outro período da história anterior. Portugal conheceu ritmos de mudança excepcionalmente acelerados. E a profundidade dessa mudança foi igualmente extraordinária.
Saúde
A evolução da saúde pública em Portugal acompanha a da sociedade em geral.
A despesa total com a saúde passou de 1% do produto, em 1960, para mais de 5% em 2001. As consultas médicas em estabelecimentos hospitalares passaram nestas quatro décadas, de 8 milhões para quase 40 milhões. As urgências hospitalares saltaram de 580.000 por ano para quase 15 milhões. Os partos com assistência médica e em estabelecimento hospitalar passaram de 18% do total, em 1960, para 99,9% actualmente. Em 30 anos, o número de médicos por habitante triplicou e o de enfermeiros duplicou. A mortalidade infantil desceu de 77,5 por mil, em 1960, para menos de 6 por mil no fim da década de 90.
Educação
Nas últimas 4 décadas a população analfabeta passou de mais de 40% do total para cerca de 7%. O analfabetismo juvenil quase que desapareceu. As pessoas que atingiram o ensino superior ( que frequentaram ou terminaram ) eram apenas 0,6% da população e serão hoje quase 10%. De notar ainda, no conjunto dos sistemas de ensino superior, a feminização acentuada. Entre os alunos matriculados, a proporção de mulheres passou dos 29% de 1960 para 57% em 1995. Finalmente, a despesa pública revela que Portugal está entre os países em que é mais alta a percentagem do produto gasto com a Educação.
Habitação
O número de alojamentos ocupados era, em 1960, de pouco mais de dois milhões e meio. Em 1991, esse número eleva-se a mais de 3 milhões. O número de proprietários dos alojamentos não cessou de crescer, em termos absolutos e relativos. Em 1960, menos de metade dos alojamentos tinham instalações sanitárias, electricidade e esgoto; e menos de trinta por cento tinham água canalizada e duche. No princípio dos anos 90, mais de noventa por cento têm electricidade, cozinha e esgoto; e mais de oitenta por cento têm isntalações sanitárias ou duche e água canalizada.
Extraído de Tempo de Incerteza, António Barreto, Relógio de Água Editores, 2002
A democracia permitiu escolher novos caminhos, com liberdade e com responsabilidade. As opções são nossas. Passámos a ser protagonistas do nosso próprio futuro...
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