Tira não tira?

Publicada por José Manuel Dias


Os governos em todo o mundo gastaram biliões de euros em pacotes contra a crise - em Portugal a conta é de 2,18 mil milhões -, motivando o debate sobre como retirar esses apoios. Se forem retirados cedo de mais as economias podem mergulhar de novo no vermelho - se continuarem por demasiado tempo podem gerar pressões inflacionistas e agravam a dívida pública.
Apesar dos sinais de recuperação - produção industrial a subir na Europa e Estados Unidos, França e Alemanha a crescer no segundo trimestre do ano, confiança a subir - os ministros das Finanças europeus pareceram aceitar a prudência dos economistas e guardaram os anúncios definitivos de recuperação com o champanhe no congelador. Neste cenário é certo que os pacotes orçamentais de apoio se irão manter durante mais algum tempo. "Até ver o pior já passou, mas ainda não é tempo de retirar os estímulos orçamentais", apontou Juncker. Christine Lagarde, ministra francesa das Finanças, foi mais longe: "Não uso as palavras recuperação e ponto de viragem porque decidimos [conselho de ministros] hoje de manhã que ainda não chegamos aí".
Fonte: i,
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O acréscimo de despesa pública, resultante dos apoios concedidos, tem uma consequência: agravamento do défice. Recuperar as contas públicas obrigará a aumentar as receitas, por regra pela via mais fácil dos impostos, ou a diminuir a despesa pública. Esta decisão implica, no entanto, coragem e determinação dos Governos e, claro, uma maioria estável. A situação não é fácil para nenhum dos governos.

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