As PMEs

Publicada por José Manuel Dias


A maioria das empresas portuguesas que fechou em Portugal tinha menos de dez empregados. Essas empresas geraram 162 mil desempregados. Somando as empresas com mais de dez trabalhadores, mas ainda pequenas, são mais 30 mil desempregados. Ou seja, a morte de pequenas empresas criou, em 2006, quase 200 mil desempregados. Mais de 40% do desemprego total do país. Em Portugal existiam quase 900 mil empresas (888 213). Grandes e pequenas. Dessas, 81% tinham menos de quatro empregados (718 415). Isso: apenas 20% das empresas nacionais não são pequenas unidades familiares.
O que isto significa é que a economia portuguesa está nas mãos das decisões individuais destas pessoas - que são muitas: 718 mil empresas, 718 mil decisores, com preparações e saberes diferenciados, que podem não ter em conta a visão estratégica necessária à firmação das respectivas unidades económicas. E isto é muito importante. Um país cuja economia depende destas pessoas - pessoas que podem cometer erros, que podem abrir negócios sem lógica de mercado, etc. - não pode fingir que o seu caminho passa por outro lado. É aqui que tem de apostar.
Texto do Jornal, i, adaptado, com leitura integral
aqui.
Em épocas de crise, como a que vivemos, as empresas capazes têm que reformular estratégias, não podem continuar a fazer o que sempre fizeram. Quem está num buraco, se continuar a cavar o que lhe acontece é ficar mais no fundo. Muitas destas empresas não tinham futuro. As crises acabam por seleccionar as mais capazes. Importa, no entanto, que o Estado disponibilize meios financeiros e humanos aos empresários que querem avançar, criando mais riqueza para as suas empresas e para o seu país. O nosso futuro depende, em grande parte, deles.

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