O lápis da estratégia bem sucedida

Publicada por José Manuel Dias


No fim da linha de produção, cinco mulheres dão os últimos acabamentos aos pequenos lápis de nove centímetros que vão acompanhar as agendas de um cliente inglês. "Estão a colocar as pontas de plástico. É um trabalho que exige muita mão-de-obra e fica caro, mas como a encomenda era só para 200 mil lápis não interessava aos chineses e nós aproveitámos a oportunidade", explica o gerente da Viarco, José Araújo.
Os pequenos lápis saem da fábrica já bem afiados, prontos a escrever, respeitando a tradição de uma marca que teima em resistir em instalações do início do século XX, decidida a valorizar as máquinas velhas como "arqueologia industrial".
São a etapa mais recente numa história iniciada há 78 anos, quando Manoel Vieira Araújo decide diversificar os negócios de chapelaria da família e compra a Fábrica Portuguesa de Lápis, com uma herança empresarial que remonta a 1907. Cinco anos depois é já sob o comando do seu filho que a marca Viarco chega ao mercado para fabricar lápis cobertos de sinais de trânsito, com a tabuada, as vogais e até a história da carochinha. Ao longo dos anos, ajudou milhões de portugueses a aprender a escrever e tornou-se ferramenta indispensável a carpinteiros, artistas e jogadores de golfe.
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Uma empresa com mais de 75 anos que permanece no mercado. Qual é o segredo? Aproveitar as situações "geradoras de oportunidades", manter uma "estrutura pequena e flexível" e "criar produtos com maior valor acrescentado" e "inverter a estrutura de vendas, tornando as exportações dominantes". " Em sínteses apostar numa estratégia de diferenciação focada.

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