Sempre me fez impressão a influência que a França, em detrimento da Inglaterra (e do mundo anglo-saxónico) tem sobre Portugal. Com eles partilhamos o pior: o modelo da Administração Pública, o papel do Estado, a incapacidade para fazer rupturas (excepto com revoluções), etc.
Esta semana, os franceses deram mais uma prova de como somos tão parecidos. O primeiro-ministro de Sarkozy disse que pondera aumentar o IVA em cinco pontos para substituir as contribuições sociais que as empresas entregam ao Estado.
O que é que isto significa? Que os consumidores se substituirão às empresas no financiamento do Estado social. Reduzir o ónus sobre as empresas, dando-lhes mais condições para investir, é boa ideia. Transferir esse ónus para os consumidores é um disparate.
Porque o que está mal não é o modelo de financiamento. É o próprio Estado social. Se Sarkozy quer libertar as empresas das contribuições sociais, reduza as (generosas) prestações sociais do Estado francês. Essas é que tolhem a criação de emprego.
O disparate de Fillon, a poucos dias das legislativas, confirma o que se suspeitava: Sarkozy não é um revolucionário. Os leitores mais cínicos dirão que não pode haver revolucionários num país onde esquerda e direita partilham tantos dogmas. É verdade, mas o que me preocupa não é isso: é pensar que, por cá, um dia destes alguém copia a ideia.
Esta semana, os franceses deram mais uma prova de como somos tão parecidos. O primeiro-ministro de Sarkozy disse que pondera aumentar o IVA em cinco pontos para substituir as contribuições sociais que as empresas entregam ao Estado.
O que é que isto significa? Que os consumidores se substituirão às empresas no financiamento do Estado social. Reduzir o ónus sobre as empresas, dando-lhes mais condições para investir, é boa ideia. Transferir esse ónus para os consumidores é um disparate.
Porque o que está mal não é o modelo de financiamento. É o próprio Estado social. Se Sarkozy quer libertar as empresas das contribuições sociais, reduza as (generosas) prestações sociais do Estado francês. Essas é que tolhem a criação de emprego.
O disparate de Fillon, a poucos dias das legislativas, confirma o que se suspeitava: Sarkozy não é um revolucionário. Os leitores mais cínicos dirão que não pode haver revolucionários num país onde esquerda e direita partilham tantos dogmas. É verdade, mas o que me preocupa não é isso: é pensar que, por cá, um dia destes alguém copia a ideia.
Camilo Lourenço, Jornal de Negócios de 15 de Junho
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