Os Bancos e a eficiência

Publicada por José Manuel Dias


Este estudo centra-se na análise dos rácios custo/proveito dos diferentes bancos, calculados segundo uma metodologia homogénea e sistemática, que anula os aspectos mais criativos utilizados na contabilidade bancária. Ou seja, retirados certos “efeitos especiais” de tipo mais “cinematográfico”, verifica-se que os grandes bancos portugueses não conseguiram acompanhar o enorme esforço de melhoria da eficiência que foi seguido pelos seus pares espanhóis. Este aspecto contrasta com as elevadas margens que a banca nacional regista nos mercados de depósitos (entre as maiores da Europa) e as sucessivas subidas de comissões. O que significa que o problema não estará nos preços praticados, os quais se situam ao nível (e nalguns casos acima) do praticado no resto da Europa, mas sim na estrutura de custos e na capacidade de lançamento de mais e melhores produtos que aportem valor para o cliente. No que diz respeito aos custos, os bancos portugueses enfrentam claras desvantagens ao nível da distribuição, com redes de balcões sobre-dimensionadas para a dimensão da população.
Ninguém duvida que o desempenho dos Bancos melhorou muito nas duas últimas décadas, só que nesse período os concorrentes europeus, também, não estiveram parados. É preciso fazer mais e melhor, com menos custos. E não é só no sector bancário... Muitos ainda não perceberam que o futuro só pertence aos melhores e que os muito bons são melhores que os bons. O futuro encarregar-se-á de lhes explicar...

2 comentários:

  1. Anónimo disse...

    Caro J.M.Dias

    Lentamente, a eficácia vai sobrepondo-se a uma mentalidade conservadora e sem ambição.

    Um grande abraço!

  2. Terra e Sal disse...

    Mais uma interessante análise Caro José Manuel Dias.
    Deixe-me brincar com ela:
    A rentabilidade que eu acho exagerada dos bancos portugueses parece então que está abaixo dos seus congéneres europeus.
    Todos nós sabemos, você sabe, eu também, que esta coisa da rentabilidade ou produtividade que se conjugam de tal ordem que uma coisa parece ser a outra, e que, de algum modo é, às análises feitas não são somadas certamente verbas que são dispêndios assustadores e que subtraem avultadas verbas à rentabilidade e mesmo à produtividade.
    Há algumas dezenas de anos atrás um qualquer banco aparentava um ar faustoso, impressionava para dar a imagem e o sinónimo de muita riqueza.
    Penso que era isso, olhava-se e impressionava os potenciais clientes, sendo que, estou convencido que com alguns tinha efeitos contrários pois até atemorizava…
    Faziam lembrar aqueles “pedantes” burros que nem calhaus, que não sabem ler nem escrever mas que se apresentam aí num lado qualquer com um carro topo de gama, e de fato lustroso de alguns milhares de euros, e que se julgam importantes.
    Assim, cada um à sua maneira tenta influenciar o outro, ou outros.
    Bem, os bancos ainda não se conseguiram livrar desse paradigma, mas hoje vieram ter com a realidade e são tão vulgares que muitos até se ridicularizam na sua promoção…
    Lá fora, um banco é uma dependência geralmente elegante mas sóbria. Uma sede é só isso, apenas uma sede, só alguns, poucos, é que têm aqueles edifícios mais vetustos, fruto também de uma época.
    Nós por cá também já estamos a perder essas manias do “impressionismo”mas ainda há edifícios modernos que são bacocos e ofensivos para os contribuintes e clientes.
    Estou a recordar-me do edifício sede da C.G.D. ali para os lados do Campo Pequeno.
    Quantos milhões e milhões não serão necessários por ano só para a manutenção daquela obra faraónica. Olhe que é preciso mesmo ganhar muitos biliões com os clientes, não acha?
    Analisando bem estes pormenores somos capazes de chegar à conclusão que efectivamente por muito que se faça pela vida a nossa rentabilidade ficará sempre aquém da dos outros…
    Um abraço meu Amigo