Os contribuintes portugueses podiam estar a pagar uma prestação mais baixa pelos milhares de milhões de euros em dívida contraída pelo Estado não fossem os avanços e recuos dos políticos nas últimas semanas e o nevoeiro denso quanto às estratégias de saída para a crise, agora que o país é governado em maioria relativa. Comparativamente à dívida alemã (obrigações a dez anos - as Bunds), Portugal está a ser penalizado, em média, com quase mais um ponto percentual. Em relação a Espanha, que tem um défice público projectado bem maior e uma dívida quase idêntica em percentagem do produto interno bruto (PIB), Portugal também sai penalizado (em 0,2 pontos percentuais). Quer num caso, quer noutro, é o preço a pagar pelo risco associado aos empréstimos concedidos ao Estado, o quarto mais elevado da zona euro.
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Gonçalo Pascoal, economista-chefe do BCP, explica que "o diferencial face à Alemanha é uma medida do risco do país" e que "estará já a reflectir a incorporação de várias indefinições em matéria de política orçamental".
Quando não se sabe se o caminho da consolidação das finanças públicas tem "pernas para andar" porque a oposição rejeita propostas do Governo, como o novo Código Contributivo, o risco é este: pagar mais pelos empréstimos (porque incorporam no preço um prémio de risco mais elevado).
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