Toca a todos, quase de certeza

Publicada por José Manuel Dias


O Presidente da República, Cavaco Silva, considerou ontem que o mundo inteiro sofrerá com a crise financeira com origem nos Estados e alertou que "quase de certeza vai atingir os portugueses"."Aqueles que sofrem esta crise financeira estão espalhados pelo mundo", disse Aníbal Cavaco Silva, em declarações à comunicação social durante a sua visita à sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. "Não só porque têm menos acesso ao crédito, [mas também porque] pagam taxas de juro mais elevadas", justificou.
"A Wall Street é o epicentro do ciclone financeiro", afirmou o chefe de Estado português, acrescentando que tem a sua ideia sobre aquilo que falhou: "Os reguladores, os supervisores, bancos centrais, a invenção que se fez de produtos financeiros". "Permitiram-se todas as invenções. De tal forma que, agora, nem se consegue descortinar o que é que está dentro dos vínculos financeiros que foram inventados. Os produtos são tão complexos, nem os próprios reguladores entendem o que está dentro desses produtos", sublinha.
No entanto, o Presidente da República assegurou não acreditar que esta crise signifique a falência da economia de mercado. "Funciona se houver uma regulação. Não podia funcionar segundo uma regra geral da mão invisível. Por isso é que existem entidades reguladoras, por isso é que existe responsabilidade dos governos. Alguém disse, a democracia é o pior dos regimes, excepto todos os outros; a economia de mercado é a pior, excepto todas as outras", afirmou.
Fonte: Jornal Público, aqui.

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