Falhado não é quem falha uma vez, mas quem se recusa a tentar de novo. O estigma de um mau negócio é muito pesado no mercado português: desde a banca até ao Estado, o empresário que ouse recomeçar enfrenta um longo caminho contra o preconceito.
Em Maio de 2006, a administração da fábrica de cerâmica Ceres manifestou vontade de pedir a insolvência da empresa. Francisco Lemos fazia parte dessa administração, apesar da estratégia da Ceres estar nas mãos de um accionista maioritário, cuja má gestão colocou a empresa numa posição de difícil sobrevivência. Este revés na carreira não fez Francisco Lemos recuar. Pelo contrário. O empreendedor lançou-se no desafio de reactivar a empresa, após uma paragem de dois anos e meio.Esta semana a Ceres reabriu com meia centena de trabalhadores. “A situação de dificuldade continua a existir e tem a ver com o aspecto financeiro”, confessa Francisco Lemos. Neste processo, a maior dificuldade está no acesso ao crédito. “Sentimos preconceito por parte da banca. Isto acontece porque hoje são os departamentos de risco quem manda nos bancos”, acusa o administrador da Ceres, acrescentando que “os bancos só oferecem créditos às empresas quando estes não são necessários”.
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