Economia, impostos e despesas

Publicada por José Manuel Dias


A receita fiscal está em derrapagem. Nos primeiros oito meses do ano faltam nos cofres fiscais pelo menos 595 milhões de euros e só adiamentos de despesas e excedentes com a Segurança Social - aumento de contribuições e "cortes" no subsídio de desemprego - seguram o défice orçamental entre os 2,2% e os 2,5% do PIB.Em impostos indirectos, mais sensíveis ao andamento da economia, o Estado já perdeu 707,3 milhões de euros, entre Janeiro e Agosto. Em IVA, "faltavam" 304 milhões de euros, justificados pelo abrandamento da procura interna - consumo e investimento - já que a descida do imposto de 21% para 20% ainda não teve impacte significativo na receita. Em contrapartida, os impostos directos - destaque para o IRC, o imposto sobre os lucros - excedeu as estimativas em 103,8 milhões de euros.
É a Segurança Social que "salva" o défice. Um excedente de 1,5 mil milhões de euros, um acréscimo de 616,6 milhões de euros face a igual período do ano passado, explicado por um aumento de 7,5% nas receitas e um crescimento de apenas 2,9% nas despesas.
Fonte; Diário de de Notícias, aqui.
Se a economia abranda as receitas arrecadadas, via impostos, diminuem. As despesas do Estado, nas quais se incluem os salários dos funcionários públicos, mantêm-se, dada a sua rigidez. O acréscimo do défice seria, assim, o corolário lógico desta situação não fosse o bom desempenho da Segurança Social. Resta saber até quando...

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