Será que reprovar ensina?

Publicada por José Manuel Dias


Sabia que na Finlândia, o país em que os alunos têm o melhor desempenho do mundo, ninguém reprova durante a escolaridade obrigatória? Já na Irlanda e na maioria dos países com bons resultados nos estudos internacionais “as repetições foram substituídas por estratégias de apoio aos alunos”. Seguindo esta tendência de política educativa que, também é recomendada pela OCDE, o Conselho Nacional de Educação (CNE) propõe ao Governo o fim das reprovações até as crianças terem 12 anos. O projecto de parecer sobre a “A Educação das Crianças dos 0 aos 12 anos”, a que o Diário Económico teve acesso, sugere “a substituição das repetências por medidas eficazes de apoio”. Entre as propostas avançadas estão “estratégias de apoio aos alunos, intervenções aos primeiros sinais de dificuldade e estratégias de diferenciação pedagógica” .
Fonte: Diário Económico. A ler na íntegra, aqui.
Cada estudante que reprova implica um aumento anual de despesa de 3.000,00 Euros. Se multiplcarmos esse valor pelos 233.000 estudantes que não transitaram de ano ou abandonaram o sistema antes de terminarem o ensino obrigatório, determinamos um valor de 699 milhões de Euros. Um país como o nosso não se pode dar ao luxo de tal desperdício. Podemos (e devemos) ser exigentes sem que isso se traduza em reprovações. Basta-nos copiar as melhores práticas observadas na Europa. A reprovação não é uma segudna oportunidade é, na maioria dos casos, reforçar a discriminação. Não deve ser por acaso que a OCDE defende que "as elevadas taxas de repetência de alguns países devem ser reduzidas, criando incentivos às escolas para encontrarem abordagens alternativas".

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